quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Príncipe de Portugal: D. Duarte Pio inaugura ciclo de conferências no Algarve

Sua Alteza Real, D. Duarte Pio de Bragança esteve ontem em Lagos, no Algarve, para presidir à cerimónia de inauguração da exposição “Dom Carlos – Um Rei Constitucional”, que teve lugar pelas 16h00, na Fortaleza da Ponta da Bandeira.

D. Carlos foi e ainda é uma figura ímpar da nossa história mais recente. Caricaturizado e denegrido por uns, amado por outros mas, até hoje, pouco conhecido nas suas mais diversas facetas. A pessoa, o artista, o cientista, o Rei. O objectivo desta exposição, bem como do Ciclo de Conferências que terá lugar durante o mês de Janeiro, no Centro Ciência Viva, é o de nos dar a conhecer a realidade que envolveu esta personalidade da nossa história, agora que passam 100 anos sobre o seu assassinato a 1 de Fevereiro de 1908, bem como a sua ligação a Lagos, no decurso das suas investigações e pela ligação de familiaridade existente, pois o Cardeal D. José III, que o casou e baptizou os seus filhos, também conhecido por Cardeal Netto, era um lacobrigense. Assim, a Câmara Municipal de Lagos associou-se à Comissão D. Carlos 100 Anos para levar a bom porto esta iniciativa que se espera que traga novos olhares sobre uma personalidade que teve uma predilecção especial por esta cidade.

As campanhas oceanográficas levadas a cabo pelo Rei D. Carlos, a bordo da embarcação Amélia, levaram-no à exploração da costa de Sesimbra e do Algarve, tendo fundeado regularmente na baía de Lagos e onde desenvolveu as suas observações sobre a pesca do atum. As peças expostas foram gentilmente cedidas para esta exposição, por parte do Aquário Vasco da Gama, pela Associação Naval de Lisboa, pelo Clube Naval de Lisboa e por vários particulares que granjearam enriquecer esta iniciativa e que ilustram as várias facetas do Rei, especialmente a de investigador oceanográfico e artista. A exposição vai estar patente até 16 de Janeiro de 2009.

ALGARVE-CICLO DE CONFERÊNCIAS EM JANEIRO
Local - Centro Ciência Viva, pelas 16h30, de entrada gratuita:

7 de Janeiro: “D. Carlos marinheiro
Conferencista: Almirante Alexandre da Fonseca

14 de Janeiro: "O mar na obra pictórica do Rei D. Carlos I"
Conferencista: Dr.ª Isabel Falcão, Mestre em História de Arte

21 de Janeiro: “Contributo do D. Carlos de Bragança para o conhecimento do mar e dos seus recursos
Conferencista: Professor Carlos Sousa Reis

28 de Janeiro: “D. Carlos – O que era um rei constitucional
Conferencista: Doutor Rui Ramos, Professor Universitário e Historiador.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Casa Real Portuguesa: Novo sítio na internet


Com o alto patrocínio dos Senhores Duques de Bragança abre-se um novo canal de comunicação com os portugueses do Continente e das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e das Comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.

Também se pretende chegar a todos aqueles que partilham com Portugal uma herança histórica e cultural ou que nutrem por Portugal simpatia, admiração ou simplesmente respeito. Através deste canal procurar-se-á dar a conhecer a actividade da Casa Real Portuguesa e das Instituições a ela ligadas tendo sempre em linhade conta o propósito de reforçar a identidade histórica e cultural danação portuguesa como um todo e dos valores que a informam.

É um ciclo que se abre, uma oportunidade que surge, um propósito quese procura, um Serviço que se oferece.

Página Oficial da Casa Real Portuguesa:

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

22 de Novembro: No Dia em que a Rainha faz Anos!

Sua Alteza Real a Sereníssima Senhora Dona Isabel Inês de Castro Curvello de Herédia e Bragança, Princesa Real e Duquesa de Bragança, Grã-Mestre da Ordem de Santa Isabel, Grã-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Grã-Cruz de honra da Ordem de Malta, Grã-Cruz da Ordem de S. Maurício e São Lázaro.

Nasceu na freguesia de Alvalade, Lisboa em 22 de Novembro de 1966.
É a XXIV Duquesa de Bragança pelo seu casamento em 1995 com S. A. R. o Príncipe D. Duarte Pio, Duque de Bragança, no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa.

A Real Associação de Beja, deixa aqui os votos de parabéns a S.A.R. a Senhora D. Isabel de Bragança, neste dia muito especial do seu aniversário.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Monarquia : Os Conjurados e a Restauração de 1640

No dia 12 de Outubro de 1640 juntaram-se em casa de D. Antão Vaz de Almada (ainda hoje conhecida por "Palácio da Independência") vários conjurados, entre os quais se contavam D. Miguel de Almeida, Jorge de Melo, António Saldanha, Francisco de Melo e Pedro de Mendonça. A esta conferência assistiu também o Dr. Pinto Ribeiro, convidado não só por ser homem de grande talento como por exercer as funções de agente dos negócios da Casa de Bragança.

Falaram sobre os males de que sofria o reino e insistiram na necessidade de lhes pôr termo com uma revolução.
Todos concordaram e decidiram enviar a Vila Viçosa Pedro de Mendonça, a fim de comunicar a D. João — de facto único herdeiro legítimo dos reis de Portugal — a resolução que haviam tomado. Ainda hesitante, embora tendo escutado com grande atenção as palavras do emissário, o duque prometeu dar-lhe resposta depois de consultar o seu secretário António Pais Viegas. Rebelo da Silva narra assim essa consulta: "Tendo ouvido o duque, Viegas calou-se por um instante e depois pediu licença para fazer uma pergunta:
— No caso de o reino se constituir em república, que partido seguiria Vossa Excelência, o do país ou o dos castelhanos?
— Sejam quais forem os acontecimentos — respondeu o duque —, hei-de acostar-me ao que seguir o comum do País.
Então... — volveu o secretário — ...está dada a resposta. Mais vale arriscar tudo para reinar do que arriscar ainda tudo para ficar vassalo. A ocasião é chegada e parece que Deus a trouxe. A maior dificuldade consistia em os outros proporem a empresa, pois seria pouco seguro se a ideia partisse directamente de Vila Viçosa. Os fidalgos estão prontos e só pedem rei. Dê-lho Vossa Excelência, e encomende o mais à Providência."

Quis ainda D. João expor o assunto a sua esposa, D. Luísa de Gusmão, filha dos duques de Medina Sidónia, e portanto de origem espanhola. A lenda — ou essa parte da História que em certos passos abre as portas à imaginação — atribui a essa senhora a seguinte frase, da qual se pode dizer que, "se não é verdade, é decerto bem imaginada":
Mais vale ser rainha uma hora que duquesa toda a vida!

Mas vejamos como o historiador Rebelo da Silva a descreve: "A duquesa, que era dotada de entendimento tão claro e de ânimo tão varonil, como depois confirmaram largas experiências... julgou por mais acertado, ainda que a morte fosse consequência da coroa, morrer reinando do que viver servindo, e animou o duque dizendo-lhe que todos os vaticínios eram pela segurança da empresa, e que só a demora poderia ser prejudicial."
Tendo obtido esta resposta, D. João mandou chamar Pedro de Mendonça e disse-lhe — segundo conta D. Luís de Meneses — "que, antepondo a saúde da Pátria ao risco particular, se resolvia a aceitar a coroa para a fazer respeitada por todos os inimigos".

Os trabalhos da conspiração ultimaram-se na reunião do dia 28 de Novembro, tendo ficado definitivamente marcado, para a acção decisiva, o dia l de Dezembro. No entanto, em 30 de Novembro houve ainda novo encontro dos conjurados, em casa de D. Antão Vaz de Almada. Conta Pinheiro Chagas: "Ninguém hesitava; uns, no entanto, redigiam os seus testamentos, enquanto outros encomendavam missas aos religiosos. Nessa tarde, alguns populares mais influentes haviam afirmado aos nobres que Lisboa inteira responderia ao grito de liberdade..." Quando os conjurados se separaram, a noite estava carregada e triste. Era a última noite de escravidão. As breves horas que ainda decorreriam para soar a liberdade seriam marcadas pela impaciência, mas todos os ânimos se conservavam firmes. Dentro em pouco — pelas nove horas da manhã de l de Dezembro — Portugal ficaria livre da dominação estrangeira... ou a fúria castelhana esmagaria os audaciosos.Eram momentos de fé e de receio, de esperança e de dúvida...

E na verdade, durante essas curtas horas, o perigo de denúncia continuou a existir — já antes, Miguel de Vasconcelos fora avisado do plano da revolução e até do dia em que a acção seria desencadeada... mas o renegado, felizmente, não acreditou em tal possibilidade de aventura dos portugueses. Pinheiro Chagas conta-nos um episódio curioso... que poderia ter tido trágicas consequências: "Um dos conjurados morava em casa de um parente e amigo que não estava no segredo da conspiração. Sentindo pesar-lhe na consciência o facto de ocultar ao seu hospedeiro assunto de tanta importância, revelou-lhe tudo quando já vinha próxima a madrugada de l de Dezembro. A inquietação com que o amigo recebeu a inconfidência sobressaltou o indiscreto, que não pôde conciliar o sono quando tentou descansar algumas horas na sua cama. E essa insónia evitou as trágicas consequências que o episódio poderia ter tido. Pouco depois de se terem recolhido ouviu o ruído das patas de um cavalo, diante da porta; correu à janela e viu que o amigo se dispunha a partir. Desconfiando da possibilidade quase segura de uma denúncia, precipitou-se para a rua, agarrou violentamente o hospedeiro e ameaçou matá-lo se ele resistisse. Na manhã seguinte levou-o consigo, prisioneiro, para o Terreiro do Paço."

Mas outros episódios, de uma qualidade bem diferente, marcaram essa madrugada de l de Dezembro de 1640... tais como o de D. Filipa de Vilhena, cingindo a espada por suas próprias mãos a seus filhos Jerónimo de Ataíde e Francisco Coutinho... e o de D. Mariana de Lencastre abençoando António e Fernão Teles, os filhos que iam partir para a magnífica empresa... Havia ficado assente e recomendado a todos os conjurados o mais rigoroso disfarce na chegada ao Terreiro do Paço... e assim, pouco antes das nove horas da manhã, os fidalgos começaram a aparecer como em passeio, com um ar perfeitamente natural. Era um sábado, esse dia que ficaria para sempre registado na História — um frio mas luminoso sábado do Outono português. A pé, a cavalo ou em coches, os homens que iam restaurar Portugal iam chegando tranquilamente, e antes ainda das nove todos eles ocupavam os seus postos. Era tão completa a confiança no êxito da empresa que, tendo João Pinto Ribeiro encontrado um amigo que lhe perguntou aonde ia, lhe respondeu serenamente:
Não se preocupe. Vamos ali abaixo, à sala real, e num instante tiramos um rei e pomos outro...

Um velho provérbio latino diz que "a fortuna protege os audaciosos" (audaces fortuna juvat), e não muitas vezes terá tido tão perfeita significação...

Requiem por um regime decadente

Por João Mattos e Silva

Talvez porque as comemorações do centenário da República se aproximam, talvez porque o Estado republicano e os activistas republicanos do costume se vão preparando para glorificar a I República que nasceu de um crime, várias traições e virar de casacas e de um golpe de estado militar e continuou na balbúrdia, no desgoverno, na crise económica e financeira até que novo golpe de estado militar impôs uma ditadura e assegurou um regime autoritário durante quase meio século, que se saneou as finanças públicas impôs pela força de "uns abanões" o pensamento único e o partido único, a III República, que se seguiu a outro golpe de estado militar, vai-se parecendo cada vez mais com o regime implantado em 1910. Assim haverá muito mais para celebrar: não será só o passado, mas também o presente. A projectar-se no futuro, se os portugueses não disserem - basta! E é urgente que se faça ver aos portugueses, que têm andado enganados tempo demais, que não podem continuar "amarrados a um cadáver".

Estes últimos tempos têm sido pródigos em evidências de que o regime se vai esgotando e enredando nas suas contradições. Desde as ameaças de pronunciamentos militares, chamadas eufemisticamente de perigo de umas "rapaziadas", quando aos militares o governo não dá a importância que as suas reivindicações corporativas julgam merecer, ao funcionamento regular das instituições democráticas na Madeira, onde o Parlamento regional toma decisões anti-constitucionais sem que o Presidente da República, que constitucionalmente é o seu garante, tome a única decisão aceitável, que seria a sua dissolução imediata, aos condicionamentos à liberdade de expressão por parte do governo e dos seus "comissários" colocados no aparelho do Estado, aos casos de amiguismo que se vão sucedendo nas nomeações para altos cargos do Estado, no estrito respeito da "ética republicana", aos casos de corrupção na Administração Central e nas autarquias, ao caos na Educação, com os erros e a prepotência do ministério ao impor as suas políticas e ao desrespeitar e achincalhar quem os terá de aplicar e a resposta de classe dos professores em manifestações e greves e, agora, dos alunos que, instigados pelo exemplo reivindicativo e "educativo" dos professores, contestam também o seu Estatuto e fazem arruaças inaceitáveis aos membros do governo do sector, depois dos desmandos na escolas e do desrespeito aos seus mestres.

Estes meros exemplos têm como pano de fundo a crise financeira do País, agravada pela crise internacional, e a crise social que vai crescendo assustadoramente, com o desemprego a aumentar todos os dias, com o empobrecimento das famílias cada vez maior, com o aumento da insegurança, não apenas do ponto de vista criminal, com um ambiente pesado de indiferença e desinteresse pelos valores e pela vida cívica, e por tudo o que não seja a sobrevivência a curto prazo, da maioria dos portugueses. Crise, afinal, de um regime que se vai esgotando, corroendo e corrompendo e chegará à festa dos cem anos decrépito, sem que as operações de cosmética de inaugurações de frentes ribeirinhas e outras obras e eventos "para inglês ver" não enganem apenas os incautos e os míopes.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Galeota Real D. João VI:Restauro junta Ministros da Cultura de Portugal e do Brasil

A Galeota de D. João VI, embarcação original utilizada pela Família Real Portuguesa para transporte e actos reais, é apresentada hoje no Rio de Janeiro após cinco meses de restauro. Considerada uma das mais importantes relíquias históricas que marcam o período da Monarquia no Brasil, a Galeota Real, actualmente parte do acervo do Espaço Cultural da Marinha.

A cerimónia de apresentação do restauro conta com a presença do ministro da Cultura de Portugal, José António Pinto Ribeiro, e do seu homólogo brasileiro Juca Ferreira. O pequeno barco foi construído na Bahia e chegou ao Rio de Janeiro em 1818 para ser oferecido ao rei D. João VI. A Galeota Real, também denominada como Galeota de D. João VI, é uma pequena galé, um tipo de embarcação movido a remos. Com casco de madeiras nobres e dourado a folha de ouro, tem 24 metros de comprimento. Na popa, possui um camarote forrado de veludo, ricamente decorado, e, na proa, a carranca de um dragão, símbolo da Casa de Bragança.

O trabalho de restauro e redouramento, a cargo da Espírito Santo Cultura entidade ligada ao Grupo Espírito Santo, em Portugal, começou em Junho deste ano. A equipa de restauradores foi composta por técnicos portugueses e brasileiros, reportando a técnicas do século XVIII. A Galeota foi de Salvador rebocado por um navio à vela, para em apenas onze dias, aportar no Rio. Inspirada na Galeota Grande e na Saveira Dourada, que atendiam a Família Real Portuguesa em Lisboa, a Galeota Real foi construída em 1808 por determinação do conde da Ponte, nos estaleiros do Arsenal da Capitania da Bahia em Salvador, para o serviço particular do Príncipe-regente, no contexto da transferência da corte portuguesa para o Brasil (1808-1821).

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O senhor do trono...

Do blogue http://rouxinoldebernardim.blogspot.com/2008/10/o-senhor-do-trono.html

Confesso que não sendo monárquico, tenho simpatia pelo Duarte Pio, um cidadão com formação humanista e de um civismo exemplar, que ombreia com muitos políticos republicanos em termos de capacidade intelectual.Foi tenente miliciano na Força Aérea (piloto aviador em Angola) dando sempre uma exemplar prova de maturidade e de grande visão histórica. Tal como Manuel Alegre (em Angola) tinha uma visão futurista diferente da grande maioria, e isso não raras vezes lhe causou engulhos. Embora nascido na Suíça (na embaixada de Portugal) teve em Portugal a sua formação (frequentou o colégio Nun'Alvares em Caldas da Saúde-Santo Tirso) (1957 a 1959).
Enfim, Duarte Pio é um portador de qualidades!

Embora de sangue azul tem na alma o rubro da alegria de viver e no sentimento o verde da ecologia sempre presentes. Amante da caça e apaixonado pela Natureza, tem na sua afeição pelas coisas de Deus um dom inigualável. Seu padrinho de batismo foi o próprio Papa Pio XII. Enfim, estamos na presença de um ícone da realeza mundial, uma figura acima do patamar vulgar de lineu, mas sempre modesto, sempre simples, capaz de jogar uma sueca e beber um copo de maduro tinto com a malta. Enfim, um puro-sangue lusitano.
Não envergonharia a República tê-lo ao leme!
Pai extremoso de D. Afonso Maria, Dona Francisca e de D. Dinis, merece figurar em lugar de destaque nesta galeria de "Senhores" que, um dia que eu já esteja nas praias do Além, possa ser editado e dado a conhecer aos vindouros como o tributo de alguém que amou a vida e se deixou apaixonar pelas almas imorredouras em Portugal nascidas e capazes de servirem de exemplo ao mundo inteiro, de forma intemporal e duradoura.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Entrevista a SAR D. Duarte, no 5 de Outubro de 2008

Entrevista da SIC a SAR D. Duarte a 5 de Outubro de 2008, a propósito do 98º infeliz aniversário da implantação da República.

http://www.youtube.com/watch?v=9QNHB0jTmKo

S.A.R. O Duque de Bragança em entrevista ao Semanário "O Diabo"

Sobre a ocupação espanhola de Olivença: "Quando um país assina um tratado e não o cumpre, está a violar o Direito Internacional".

- Assinalam-se 207 anos sobro a ocupação de Olivença e este mês celebra-se o Tratado de Alcanices que ficou as fronteiras entre Portugal e Espanha. Na sua opinião, tem existido violação do Direito Internacional por parte de Espanha?
DOM DUARTE DE BRAGANÇA —Quando um país assina um tratado e não o cumpre, está a violar o Direito internacional...
- Em termos constitucionais e diplomáticos que comentário lhe merece este diferendo que opõe Portugal e Espanha há vários anos?
S.A.R. - Trata-se simplesmente do abuso de uma situação de "facto consumado", quando após a assinatura da paz, a Espanha recusou-se a cumprir o que assinou. O novo governo acreditou que tudo seria resolvido pacificamente, mas já se passou muito tempo, e a população portuguesa não foi autorizada a regressar às suas casas. E e os que ficaram foram sendo assimilados... Mas estes factos não nos retiram os nossos direitos históricos!

"Ignorância face à mentalidade castelhana"

- Que razão poderá estar na origem da falta de uma atitude firme, por parte das autoridades portuguesas, para exigir a restituição do território, que é reclamado há mais de dois séculos?S.A.R. - Os nossos governos republicanos quiseram evitar problemas com os governos espanhóis, e prejudicar as boas relações, mas esse comportamento demonstra ignorância face á mentalidade castelhana. Eles só respeitam quem sabe exigir justiça, nunca quem se agacha...
- Há quem diga que esta é altura certa para colocar a questão de Olivença na agenda politica... concorda?
S.A.R. - Esta altura é tão boa como muitas outras, mas o facto de estarem os dois países juntos na União Europeia facilitaria uma solução inteligente. Por exemplo Olivença poderia ser um Principado Autónomo e zona franca como Andorra, em que os Chefes de Estado fossem o presidente da República de Portugal e o Rei de Espanha. Ou mais simplesmente reconhecido como território português sob administração autónoma, e a população teria dupla nacionalidade e gozaria das vantagens de uma zona franca. Certamente essa proposta seria aceite com o maior interesse pelas suas gentes. Poderia até ter selos de correio próprios.
- Como caracteriza o comportamento do Governo português em todo este processo? Não deveria interessar-se mais por este assunto?
S.A.R. - Os nossos governos têm tido a prudência de nunca reconhecer directa ou indirectamente a soberania espanhola no grande concelho de Olivença, que incluí várias povoações, o que mantêm pelo menos a porta aberta...

- O que perde o nosso País com o facto de Olivença não ser reconhecida?
S.A.R. - Perdemos uma região com um bom potencial económico, agora que é banhada pelo lago de Alqueva, e que tem uma excelente área agricola. Mas trata-se sobretudo de uma questão de princípios e de honra, e isso ainda tem importância...
- E de ilegalidade?
S.A.R. - Em 1997 eu negociei com a Indonésia uma solução de compromisso que satisfazia os timorenses e Portugal, sem prejudicar muito a Indonésia. Todos aceitaram a minha proposta, mas o Governo Indonésio conduziu mal o assunto. Em consequência Timor ficou livre mas com elevadíssimos custos humanos e materiais, e a Indonésia saiu-se muito mal. A minha proposta leria evitado estas situações. Para se negociar uma solução de compromisso seria preciso que ambas as partes estivessem dispostas a negociar... Portugal, em contrapartida da abertura de negociacões, apoiaria Espanha na questão de Gibraltar. Se Espanha considera que o caso de Gibraltar não está encerrado, onde a população, em referendo manifestou a vontade de continuar a ser uma colónia da Coroa Britânica, tem de aceitar o mesmo para Olivença, independentemente do que os actuais "colonos" pensam. Não pode haver dois pesos e duas medidas, embora juridicamente os casos não sejam parecidos. Em todo o caso aconselho a todos que não deixem de lá ir. A população é simpática e a vila francamente muito bonita, com belos edifícios manuelinos.

Virgílio Castelo: Lança ‘O Último Navegador’ e defende a Monarquia

Virgílio Castelo lança-se na literatura com o seu primeiro livro, ‘O Último Navegador’, pensado desde a adolescência, transmite a mensagem de que "ninguém se preocupa a sério com Portugal". A obra é lançada quinta-feira, dia 16, em Lisboa.

"Acho que ninguém se preocupa a sério com Portugal. Eu, para pôr as pessoas a preocuparem-se com o País, crio um acidente no Terreiro do Paço onde morrem 600 pessoas, uma guerra civil onde morrem três mil pessoas em nove meses e uma revolta popular que leva à queda da República e à instauração da Monarquia em Portugal, ou seja, uma série de situações que são obviamente especulações, mas que podem pôr as pessoas a saírem do marasmo em que estamos".

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O Rei Leão

Por Nuno Pombo

Até Novembro, estaremos entretidos com as eleições presidenciais dos Estados Unidos. Isto se os estilhaços que as falências, ditosas filhas do capitalismo sem referências, vão semeando não nos distraírem irremediavelmente.

Os comentadores políticos, mesmo cá no burgo, traçam o perfil dos candidatos, evidenciando os seus contornos mais impressivos: a cor de um e o sexo de outra. Se para estas eleições fossem convocados os eleitores europeus, Obama teria uma maioria esmagadora. Uma maioria africana, mesmo. Mas nos States, ao que parece, a "alucinada" Palin ameaça a colorida entronização do que deste lado do Atlântico pensamos ser o sonho americano. A vitória do pretenso securitismo belicoso de McCain sobre a utópica demagogia de Obama, a acontecer, convocará, estou certo, as carpideiras do costume. Lá chorarão, ruidosas, a democracia, imolada na sua intrínseca virtude no altar onde imperam forças obscuras e o vil metal. É sempre este o filme que passa nas nossas pantalhas quando o resultado eleitoral não coincide com a expectável solução política ditada pelos despojados opinion makers.

A escolha da pretérita Miss Alaska pelas hostes republicanas veio apimentar a trama, dar-lhe um curso novo e inesperado, ao pretender captar a simpatia de um eleitorado que não digeriu ainda a derrota de Mrs. Clinton. Se os democratas perderem esta eleição, segundo o que oiço dizer, devem-no não ao consulado exaltante de Bush mas à erosão fratricida de umas primárias particularmente disputadas. Os mais ferozes apoiantes dela não conseguem ver-se representados nele. E a inversa seria também verdadeira.
É que, na verdade, o processo electivo implica, como se viu, combate, refrega. E quanto mais aguda for a peleja menor a base para entendimentos alargados. E os que forem exibidos serão frouxos, se não cínicos. Ainda me recordo de ver, logo após a vitória de Soares sobre Freitas, lapelas engalanadas com truculentos autocolantes que deixavam ler um inconformado "O meu presidente é outro": a vindicta, tão ao gosto de certa cinematografia.

Ora, se para o governo, órgão responsável pela condução dos destinos do país, se recomenda, pela clarificação que sugere, o vigor do processo eleitoral, já para a chefia do Estado o método parece-me desaconselhável. Penso que Obama e os americanos, lá para Novembro, perceberão este argumento. A chefia do Estado não dirige. Representa. E a representação, para ser genuína, não se compadece com os atritos que a via electiva necessariamente comporta. Há povos que não têm alternativa, por não terem história. Outros, como o nosso, têm-na mas desperdiçam-na.
Enquanto o mundo avança, continuam a oferecer-nos, nas vésperas do Centenário da República, pipocas e um sistema político em tudo semelhante a uma novela mexicana. Sangue, insegurança, paixões e traições, falências, casamentos e divórcios, tudo sustentado por actores de segunda categoria que, apesar de não serem populares, enriquecem enquanto interpretam, sem assinalável esforço, um enredo deplorável, onde nem os diálogos, todos dobrados para português, se salvam.

Prefiro, ver, com os meus filhos, o Rei Leão, da Disney. Boa fotografia, excelente música e uma história verdadeiramente bonita. A cena em que todos os animais da floresta, das zebras aos elefantes, passando pelos coelhos e pelas gazelas, se reúnem para lhes ser apresentado o leãozinho que nascera e que todos já respeitavam é, a todos os títulos, admirável. Está nesta fita, para quem queira olhar com olhos de ver, a essência do monarquismo. As girafas são felizes e não querem ser leões. Mas, como os portugueses bem sabem, nem tudo são rosas. Também lá podemos encontrar, republicanão, um bicho matreiro que, cobiçando o trono e o respeito que lhe devotam os súbditos, recruta um bando de hienas para matar o Rei. E, como em 1908, matam mesmo. Só que no filme, depois de morto o Rei, os animais da selva unem-se, recuperam do choque e, em uníssono, de novo gritam, como seus pais e avós: Viva o Rei!

sábado, 4 de outubro de 2008

Presidente da Causa Real lança livro de poesia

Paulo Teixeira Pinto lança o livro de poesia LXXXI (Poema Teorema), editado pela Caderno, no dia 9 de Outubro, pelas 18:30, no Laboratório Chimico do Museu da Ciência, em Lisboa.

A obra inclui 99 poemas, agrupados por tema, que foram escritos pelo autor durante a última década, debruçando-se sobre a natureza humana.
Com apresentação de António Emiliano e Vasco Graça Moura, a apresentação do livro contará com a leitura de alguns poemas por Mário Crespo, Nicolau Santos e Pedro Abrunhosa.
O Porto também vai acolher uma sessão de apresentação no dia 21 de Outubro.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Monárquicos antecipam comemorações do centenário denunciando lado sombrio da República

Os republicamos perseguiam a imprensa, discriminavam as mulheres, desprezavam a democracia. Por isso, a 5 de Outubro deste ano, não há nada para comemorar. Muito menos a 5 de Outubro de 2010, data do centenário da revolução republicana. É isto que diz um grupo de monárquicos organizados numa autodesignada Plataforma do Centenário da República, que ontem apresentou à imprensa um manifesto.

João Távora e Carlos Bobone foram os porta-vozes do movimento. "O que aparece, nos manuais escolares, nos catálogos dos museus, é só uma pequena parte da história", disse Carlos Bobone, que se apresentou como "historiador, alfarrabista e monárquico". A República é sempre "idealizada e embelezada", o que não nos deixa ver o "seu lado mais sombrio", explicou. "Nós queremos lembrar a República como ela realmente foi". O método é um site na Internet (http://www.centenariodarepublica.org/) , onde são apresentados documentos, textos, imagens e recortes de jornais da época, e um blogue (http://www.centenariodarepublica.blogsopt.com/), aberto a opiniões e comentários."A República é considerada precursora ideológica do regime em que vivemos. Nós pretendemos mostrar que isso não é verdade", diz Bobone.
Exemplos? A democracia. "Os republicanos conseguiram que, às primeiras eleições que organizaram, só se apresentasse, praticamente, o Partido Republicano. Dos 226 deputados do Parlamento, 220 eram do PRP".

João Távora, descendente de uma família perseguida desde o tempo do Marquês de Pombal, apresenta-se como "profissional de comunicação empresarial". Explicou as vantagens da Internet e dos blogues na divulgação das ideias de grupos minoritários, e anunciou que uma busca no Google já produz resultados que reflectem os pontos de vista da plataforma. No site são mencionadas centenas de presos políticos da República ("entre os quais muitos republicanos, não apenas monárquicos", segundo Bobone). Mas em breve os seus mentores contam ter os nomes de milhares de presos políticos. É um dos "lados negros" da República. Outro, que Távora quis enfatizar, na esperança de sensibilizar os jornalistas, é a perseguição à imprensa livre. O próprio logótipo da plataforma é um cartoon representando um polícia republicano perseguindo um ardina. "A imprensa é uma das vítimas inesperadas da República", ao contrário dos religiosos, da família real ou dos aristocratas", explicou Bobone. Segundo a lei, havia liberdade de imprensa. Só a pornografia ou os boatos eram proibidos. Na realidade, dizer que a monarquia é melhor do que república era considerado um boato.

Notícia do Público, 30-09-08

terça-feira, 23 de setembro de 2008

101 anos da morte de D. Duarte Nuno de Bragança

Faz hoje 101 anos (23/09/1907, Áustria, Seebenstein) que nasceu Sua Alteza Real O Senhor D. Duarte Nuno (D. Duarte II, Rei de Portugal), Duque de Bragança, pai de SAR O Senhor D. Duarte Pio, Duque de Bragança e herdeiro do trono português.

Era filho de SAR O Senhor D. Miguel, Duque de Bragança e de SAR A Senhora D. Maria Teresa, Princesa de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg.

SAR O Senhor D. Duarte Nuno casou em 15 de Outubro de 1942 com SAR A Senhora D. Maria Francisca, princesa de Orleans e Bragança. Foram pais de:
- SAR O Senhor D. Duarte Pio casado com SAR A Senhora D. Isabel Inês de Castro Curvelo de Herédia
- SAR O Senhor D. Miguel de Bragança, 7º duque de Viseu
- SAR O Senhor D. Henrique de Bragança, 4º duque de Coimbra

sábado, 6 de setembro de 2008

A acumulação de reformas e pensões a par de regalias prestadas a ex-chefes de Estado traz á memória os ataques de que foi alvo D. Carlos e serviram de fundamento á implatação da República.

Eis as "parcas" regalias:
- Direito ao uso de automóvel do Estado, para o seu serviço pessoal, com condutor e combustível;
- Direito a disporem de um gabinete de trabalho, com telefone, uma secretária dactilógrafa e um assessor da sua confiança, destacados a seu pedido em regime de requisição de entre os funcionários e outros agentes do Estado;
- Direito a ajudas de custo nos termos da lei aplicável às deslocações do Primeiro Ministro, sempre que tenha de deslocar-se no desempenho de missões para fora da área da sua residência habitual;
- Direito a livre trânsito, a passaporte diplomático nas suas deslocações ao estrangeiro e a uso de porte de arma de defesa.
- Podem acumular as pensões de aposentação, reforma ou sobrevivência.

Os adiantamentos dominaram a sessão de 20-11-1906 na Câmara dos Deputados, sendo Chefe do Governo João Franco. Com base no alegado escândalo, a minoria republicana preparou uma grande ofensiva. Encheram-se as galerias de público que os Centros republicanos recrutavam e em que se viam habitualmente marinheiros e soldados. Afonso Costa falou. Falou ininterruptamente. Caía a noite e já se tinham acendido as luzes, quando o Presidente o advertiu de que lhe restavam quinze minutos para falar. Então insistiu sobre a questão dos adiantamentos e pediu o cárcere ou o desterro para o Rei. A voz do Presidente que o mandava calar, confundiu-se com os aplausos da galeria. Num momento de silêncio, Afonso Costa gritou: "Por muito menos crimes do que os cometidos por D. Carlos, rolou no cadafalso, em França, a cabeça de Luís XVI".

Negou-se a desdizer-se, e, no meio de grande tumulto, o Presidente, fez entrar a força pública para expulsar Afonso Costa. António José de Almeida saltou por sobre a bancada e convidou a força pública à revolta: "Soldados! Com a minha voz e as vossas baionetas vamos proclamar a República e fazer uma pátria Nova!"... coitados dos portugueses!

Criada Real Associação de Trás-os-Montes e Alto Douro

Dom Duarte de Bragança é “melhor representante de Portugal do que qualquer presidente da República”. É assim que Mário Abreu Lima, um dos membros fundadores da Real Associação de Trás-os-Montes e Alto Douro, defende os valores Monárquicos em detrimento da República.

Um grupo de Monárquicos criou recentemente a Real Associação de Trás-os-Montes e Alto Douro, que pretende promover a Instituição Real e da Coroa no sentido de Restaurar a Monarquia em Portugal. Fazer “acções de divulgação do ideal Monárquico na região, mantendo-se atentos e dando opiniões em relação a vivências de ordem social, económica e política” são alguns dos propósitos desta Associação, que quer ser “activa”, explicou Mário Abreu Lima, um dos membros do núcleo fundador. Para esta Associação, a Monarquia tem uma série de vantagens, como o facto dos representantes maiores do país, em termos Monárquicos, não terem “filiação política”, defendendo, por essa razão, todo o país e todos os cidadãos, e não apenas “uma parte”.

A Real Associação de TMAD tem fé na Restauração da Monarquia em Portugal e acredita que Dom Duarte de Bragança, O Herdeiro da Coroa, seria “muito melhor representante para Portugal do que qualquer um dos Presidentes da República que exerceram ou exerce o cargo”. A nova Associação Monárquica foi apresentada recentemente em Boticas, na presença de Sua Alteza Real Dom Duarte de Bragança.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Visita de S.A.R., o Senhor D. Duarte de Bragança ao Estado de Minas Gerais

Entrega de medalhas marca Dia de Minas em Mariana.

No dia 16 de Julho de 2008, o Governador Aécio Neves participou, às 11h, na cerimónia oficial do Dia do Estado de Minas Gerais. Neste dia, a capital de Minas Gerais foi transferida para Mariana, primeira cidade e primeira capital mineira. Durante o evento, que acontece na Praça Minas Gerais, realizou-se a entrega da Medalha do Dia de Minas Gerais.

Neste ano, a comenda foi entregue a 47 personalidades e instituições e entre os agraciados deste ano estava S.A.R., O Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança.

Durante a solenidade, O Duque de Bragança ofereceu ao Município de Mariana um quadro de Dona Maria Ana Josefa de Áustria, Mulher de Dom João V, e cujo nome deu origem ao nome da cidade. A obra é do século XIX. O quadro foi transferido para o Rio de Janeiro através de um navio e posteriormente levado a Mariana. Em 1998, durante a visita à cidade, Dom Duarte de Bragança havia assumido o compromisso de doar o quadro.
A solenidade de comemoração do Dia de Minas começou com a sinerata, quando os sinos das Igrejas de Mariana tocaram por 15 minutos em comemoração ao Dia de Minas Gerais.

Em seguida, o Governador passou revista à tropa da Polícia Militar e cumprimentou as autoridades que o aguardavam na Praça Minas Gerais. Além do presidente do Congresso Nacional, estavam presentes o Prefeito de Mariana, Celso Cota Neto, O Duque de Bragança, Dom Duarte, e os Secretários de Fazenda, Simão Cirineu, de Defesa Social, Maurício Campos Júnior, do Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Dilzon Melo, da Cultura, Eleonora Santa Rosa e da Juventude e Desporto, Gustavo Côrrea. Logo após os cumprimentos, o governador assinou o acto de transferência simbólica da capital do Estado para a cidade de Mariana, que no dia 16, completou 312 anos. A Medalha Comemorativa do Dia do Estado de Minas Gerais foi instituída por Decreto Municipal, em 1980.

Discurso do Governador:
Devo ao final, um agradecimento especial em nome de todos os mineiros das várias Minas, a Sua Alteza Real Dom Duarte de Bragança e a toda a sua família. Costumo dizer, Dom Duarte, que triste é aquele povo que não conhece a sua história porque ele, certamente, terá maiores dificuldades para construir o seu futuro. Sua Alteza, hoje, com extrema generosidade, em nome da Casa Real Portuguesa, nos entrega um retrato de Dona Maria Ana D’Austria. Quero dizer, neste instante, Sua Alteza Real, nos permite um reencontro com a nossa própria história. Não são apenas os mineiros de Mariana que levam o seu nome. São os mineiros de todas essas Minas Gerais, que se sentem hoje mais valorizados e, certamente, mais fiéis à belíssima construção que assistimos neste país para a contribuição dos portugueses.

Mariana. Em 16 de julho de 1696, bandeirantes paulistas encontraram ouro no ribeirão Nossa Senhora do Carmo. Às suas margens, nasceu o arraial de Nossa Senhora do Carmo, que logo se transformou em um dos principais fornecedores deste minério para Portugal e, pouco tempo depois, tornou-se a primeira vila criada na então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Lá foi estabelecida também a primeira capital. Em 1745, por ordem do rei D. João V, a região foi elevada à cidade e nomeada Mariana – uma homenagem à rainha Maria Ana D’Áustria, sua Mulher. Transformando-se no centro religioso do Estado, nesta mesma época a cidade passou a ser sede do primeiro bispado mineiro. Actualmente, Mariana guarda relíquias e casarios coloniais que contam parte da história do país. A cidade, integrante da Trilha dos Inconfidentes e do Circuito Estrada Real, foi tombada em 1945 como Monumento Nacional.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

"Não sabem História…" por Dom Vasco Teles da Gama

Em período de recessão e crise no mundo ocidental em que estamos geograficamente inseridos, seria desejável e normal que a população cerrasse fileiras com os seus dirigentes, com vista a superar as dificuldades e proporcionar aos vindouros um futuro mais promissor e sustentável. Vimos, porém, assistindo, pelo contrário, a uma agitação corporativa em que cada grupo reclama mais para si próprio, alheio ao rasto de miséria que as regalias que exigem possa provocar no orçamento dos restantes Portugueses.

Como é que a quase centenária república nos conduziu até este estado? Com a irresponsabilidade de uma classe política que, condicionada por ciclos eleitorais de quatro anos, os consome legislando furiosamente para "mostrar serviço", enquanto os governos passam dois anos em campanha eleitoral, procurando agradar a gregos e troianos em lugar de governar, tentando assegurar a continuidade no poder. Ficamos, assim privados de um programa de regeneração impossível de concretizar em prazos de dois anos. Dão-nos ainda o exemplo de despudorada promiscuidade, entrando para a administração de empresas que estiveram sob sua tutela, mal abandonam os cargos políticos. Deixaram alastrar a incompetência e a corrupção na administração pública, especialmente nas autarquias, de que é recente exemplo o que se passou em Lisboa, onde ardeu um prédio devoluto na Av. da Liberdade, com projecto de remodelação entregue na Câmara há dois anos.

O desígnio nacional que nos venderam como um futuro "Brasil" da adesão europeia trouxe-nos, porque em Bruxelas fomos escolhidos para consumidores de excedentes agrícolas de outros países, uma desastrosa política agrícola comum, que subsidia o pousio das nossas terras, forçando-nos agora a pagar mais pelo que comemos, em virtude do aumento dos combustíveis.
As alterações legislativas com o objectivo de reduzir despesas prisionais, traduzem-se na rua por um aumento da insegurança, com roubos por esticão, marcos de correio selados devido a assaltos, pilhagens à mão armada a estações de serviço e até a caixas de parques de estacionamento, ajustes de contas na rua e até brigas entre vizinhos resolvidas a tiro nas ruas, enquanto as forças da ordem, certamente a mando dos políticos, se afadigam a penalizar os únicos criminosos que compensam, multando automobilistas.

Para apresentação de melhores resultados estatísticos no sucesso escolar, o Ministério da Educação (que deve ser irónica alcunha), publica exames mais fáceis, indiferentes ao facto de terem entre mãos os nossos futuros dirigentes.

Enfim, paira pelo País um sentimento de profundo descrédito no regime, de que os políticos são, como foram já em 1910 e em 1926 os principais responsáveis e não temos uma instância superior que os discipline e nos congregue para, juntos, enfrentarmos as dificuldades. O Presidente, por muito honesto que seja, vive enredado no dilema de colaborar institucionalmente para ser reeleito com o apoio do governo, ou ver-se por este acusado de força de bloqueio e conluio com a oposição, ficando assim com uma muito reduzida margem de intervenção.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Rei de Tonga coroado em ritual sumptuoso

George Tupou V foi coroado Rei de Tonga na capital Nuku'alofa, naquela que foi a primeira coroação deste estado do Pacífico Sul em mais de 40 anos. O pai do novo Rei, Taufa'ahau Tupou IV, subiu ao trono em 1967 e morreu em 2006.

Depois de untado com óleo, foi-lhe posta a coroa de ouro real numa cerimónia cristã, realizada numa igreja com mais de 1000 convidados. Ao novo Rei foi pedido que reine com "sabedoria, justeza e verdade". Milhares de pessoas ladeavam as ruas que levavam à igreja, cantando à medida que o monarca se aproximava. A ocasião marca "a abertura de uma nova era no nosso caminho como nação" - uma era de reformas políticas e económicas e de aumento da prosperidade", disse aos convidados o Primeiro Ministro Fred Sevel.
Sentado num trono dourado na Igreja Centenary Free Wesleyan, George Tupou V foi "untado, abençoado e consagrado" pelo Arcebispo da Polinésia. Os convidados reais incluíam o Príncipe japonês Naruhito, a Princesa tailandesa Maha Chakri Sirindhorn e os britânicos Duque e Duquesa de Gloucester. Presente esteve também a Primeira Ministra da Nova Zelândia Helen Clark.

O novo Rei governará num sistema político semi-feudal, onde ele e os nobres decidem a composição do governo e do parlamento. Contudo, ele afirma-se favorável a reformas, marcadas para 2010, onde a maioria do lugares no parlamento nacional serão eleitos pelos cidadãos.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Rei do Butão coroado finalmente!

Foi anunciada a tão esperada data para a coroação do Rei do Butão, Jigme Khesar Namgyel Wangchuck, que herdou o trono depois da abdicação do pai, em 2006, para facilitar o caminho para a monarquia constitucional.
Fontes oficiais afirmam que a sua coroação formal foi adiada até que as eleições para o parlamento estejam concluídas. Assim, realizar-se-ão no dia 6 de Novembro.
Em 2008 o país tornou-se formalmente uma monarquia constitucional e o Rei abdicou dos seus poderes absolutos. Ao anunciar este"momento histórico", o Primeiro-Ministro Lyonchhen Jigmi Y Thinley disse que a data foi escolhida por três astrólogos como a mais auspiciosa.

O Primeiro-Ministro disse também que a coroação consolidará a "soberana independência, a paz, a segurança e a união do Reino".

Nepal: PR do Nepal assume funções

O primeiro Presidente da República do Nepal, Ram Baran Yadav, tomou ontem posse, anunciaram responsáveis nepaleses.
Apoiado pelo partido do Congresso do Nepal (centrista), Ram Baran Yadav recolheu segunda-feira 308 dos 590 votos dos deputados da Assembleia constituinte, ficando à frente do candidato apoiado pelos maoistas. Os maoistas dispõem da maioria dos assentos da Assembleia, mas não de maioria absoluta.
A eleição do Presidente mergulhou o país numa nova crise política porque os maoistas decidiram não formar o primeiro governo da República do Nepal.

A monarquia nepalesa
As leis da genealogia não destinavam Gyanendra a ser rei do Nepal. Mas numa
noite de Junho de 2001, o seu sobrinho e príncipe herdeiro, o jovem Dipendra, num acto de loucura alimentado por um desgosto amoroso e pelo excesso de álcool, interrompeu atiro de metralhadora um jantar familiar. Morreram o monarca, Birendra, a rainha e mais seis membros da realeza. O próprio assassino acabou por se suicidar. Pouco depois, um Nepal ainda em choque entronizava o irmão do rei morto. Mas os sete anos de reinado de Gyanendra foram um fracasso total, culminando com a vitória (nas urnas) da guerrilha maoísta que acabou com a monarquia, pondo fim a uma dinastia que governa este país dos Himalaias há dois séculos.

Os guerrilheiros maoístas, que se transformaram em partido político após uma década de luta armada, viram o rei Gyanendra partir voluntariamente, e aboliram a monarquia durante a reunião da Assembleia que elaborarou a nova Constituição deste país de 28 milhões de habitantes. Os maoístas, vencedores das eleições, são membros de um movimento que gera desconfiança nas vizinhas China e Índia e que os Estados Unidos continuam a considerar como terrorista.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Nostalgia nos 90 anos da morte czar Nicolau II

Numa sondagem da televisão estatal russa Rossiya, o czar Nicolau II surge em primeiro lugar na lista dos Maiores Russos da História, à frente de Estaline e Lenine. Uma popularidade que explica o facto de centenas de pessoas se terem ontem reunido em Ekaterinburgo, a cidade dos Urais onde os bolcheviques - no poder desde a Revolução de 1917 - assassinaram o czar, a mulher e os cinco filhos 17 de Julho de 1918.

"Chegou o momento de trazer de volta o que foi destruído", disse o arcebispo de Ekaterinburgo na Igreja do Sangue Derramado, construída em 2003 no local onde a família imperial foi assassinada. O religioso dirigia-se a uma assistência que se ajoelhava enquanto beijava fotografias dos Romanov. "Vim apenas por um motivo: pedir desculpas", explicou Alla Solodovnikova. Esta mulher de 67 anos fez um longo percurso desde Kaliningrado, nos confins ocidentais da Rússia. O culminar das comemorações em Ekaterinburgo estava previsto para a noite de ontem para hoje, à hora exacta em que passarem 90 anos sobre a execução do czar e da família pelos bolcheviques, numa mina abandonada, onde os corpos foram lançados e regados com ácido. Em 1991, foram exumados e sete anos depois, Nicolau II, a mulher e três dos cinco filhos receberam um funeral de Estado em Sampetersburgo. Depois de uma missa nocturna, os peregrinos reunidos em Ekaterinburgo deviam percorrer 18 quilómetros a pé até à mina onde os Romanov foram mortos.

Os sentimentos dos russos em relação a Nicolau II evoluíram bastante desde o desmantelamento da União Soviética em 1991. Mas uma sondagem de 2005 revela que 56% dos inquiridos ainda tinha um olhar muito crítico sobre o último czar. Nicolau II ficou conhecido como "O Sangrento" devido à forma como eliminou os opositores, além de ter sido incapaz de impedir o país de cair no caos político. No poder desde 1894, Nicolau II foi obrigado a abdicar em 1917 após a revolução bolchevique que abriu caminho à criação da União Soviética. O Presidente Dmitri Medvedev não comentou as comemorações da morte de Nicolau II.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

D. Duarte diz que há cada vez mais pessoas com fome

O chefe da Casa Real Portuguesa, D. Duarte de Bragança, defendeu ontem que o Estado se deve preocupar em dar formação às famílias sobre a forma de gerir a economia doméstica, no contexto presente de crise alimentar.

"Há cada vez mais pessoas a passar fome em Portugal e isso é grave. Mas há também um problema de formação", disse aos jornalistas, à margem da sessão de abertura do colóquio "Crise Alimentar nos Centros Urbanos", que decorre no Fundão.
"Há muitas pessoas em situação difícil porque não sabem gerir a economia doméstica", refere.
D. Duarte mostrou-se ainda contra a atribuição de subsídios sem que quem os recebe "dê uma contrapartida" e defendeu uma aposta em "melhor educação". "Por exemplo, muitas pessoas não sabem planear uma dieta equilibrada, gastando menos. Pensam que todos os dias têm que pôr um bife à mesa", referiu D. Duarte, considerando que o Estado tem um papel "fundamental" em fazer chegar formação a estas famílias.

"É para isso que pagamos impostos. Não é para construir auto-estradas inúteis e estádios de futebol, mas sim para educar e evitar que cheguemos a situações sociais como as que temos hoje", realçou. "Não vejo que se fale de fome na Alemanha ou na Áustria, só aqui é que oiço isso", acrescentou.

A iniciativa de ontem no Fundão foi organizada pelo Instituto da Democracia Portuguesa (de que D. Duarte de Bragança é presidente de honra) em parceria com a Associação de Regantes da Cova da Beira e a Câmara do Fundão. D. Duarte alertou ainda para a dependência alimentar de Portugal do estrangeiro, que só pode ser limitada "com uma revolução completa da política de planificação do território", destinando mais terras à agricultura. "A agricultura tem sido injustamente perseguida em Portugal", referiu. "Os agricultores portugueses recebem 40 por cento dos apoios que recebem os do resto da Europa." "E daquilo que vendem só retiram 15 a 20 por cento", concluiu.
Ontem, no Fundão, não foi a primeira vez que D. Duarte levou a cabo aquilo a que os seus apoiantes gostam de chamar "monarquias abertas". Já tinha estado no Alentejo, e o tema principal tinha sido a saúde. Além do colóquio sobre a "Crise alimentar nos grandes centros urbanos", D. Duarte de Bragança tinha na agenda a assinatura de vários protocolos com instituições do distrito de Castelo Branco.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Dom Duarte relança "monarquias abertas"

Chefe da Casa Real volta ao terreno para debater a crise alimentar.

Dom Duarte Pio de Bragança vai voltar amanhã ao terreno, desta vez no Fundão, para debater o tema "Crise alimentar nos centros urbanos". O Duque de Bragança participa e encerra uma jornada de reflexão sobre os efeitos da crise na alimentação nas cidades e o desenvolvimento do mundo rural, organizada pelo Instituto da Democracia Portuguesa em parceria com a Associação de Beneficiários da Cova da Beira e com o apoio da Câmara Municipal do Fundão, liderada por Manuel Frexes, eleito pelo PSD, presidente dos Autarcas Sociais-Democratas (ASD).

Esta não é a primeira vez que Dom Duarte se lança numa iniciativa que muitos consideram uma "marcação à linha" às chamadas "presidências abertas" que o Chefe do Estado normalmente empreende - com Cavaco Silva chamam-se "roteiros". No Alentejo, e com a Saúde como tema principal, o assunto foi alvo de debate aceso, inclusivamente entre monárquicos, na imprensa e na blogosfera nacional.
Nestas autênticas "monarquias abertas", como lhes chamam os indefectíveis de Dom Duarte, participa um batalhão de especialistas em várias áreas, como: Canaveira Campos (presidente do Instituto Cooperativo António Sérgio), Campos Neves (Instituto Superior de Fafe), general Rodolfo Bacelar Begonha (antigo director da Polícia Judiciária Militar nos governos de Cavaco), Manuel Pereira Barrocas, Gonçalo Ribeiro Telles, Manuel Ferreira dos Santos, Frederico Brotas de Carvalho (um dos autores do "Erro da Ota"), Fernando Paulouro, Mendo Henriques e António Gomes. Como fazem os chefes de Estado há também lugar para a assinatura de protocolos com associações de agricultores de Castelo Branco, de beneficiários de regadios da Idanha e da Cova da Beira, UBI, Escola Superior Agrária de Castelo Branco, Universidade de Badajoz e a Direcção Regional de Agricultura.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

76 anos da morte de D. Manuel II

Faz dia 11 de Julho 76 anos que morreu o último Rei de Portugal, D. Manuel II.

Eis a notícia da Revista TIME de 11 de Julho de 1932:
"All last week Dom Manoel de Braganza, onetime King of Portugal, sat at Wimbledon watching the tennis tournament, chatting with his good friends King George of England and onetime King Alfonso of Spain. On the day that Ellsworth Vines won the championship, King Manoel's chair was vacant. He had waked up with a sore throat. After breakfast he went to see his physician, was ordered to bed. But not until afternoon did Dom Manoel obey. By then his throat was swelling rapidly, he was choking for breath. While his secretary telephoned frantically for Lord Dawson of Penn, Dom Manoel's diseased glottis continued to swell & swell until it blocked his windpipe, choked him to death.

Had Dom Manoel's wife, Princess Augusta Victoria Hohenzollern, or his secretary, who were the only people in his house that afternoon, found a tube and forced it down his throat he might have lived longer. The glottis, the slit-like opening into the larynx, less than an inch long, is capable of swelling with alarming rapidity. Intubation (insertion of a tube) lets the patient breathe until the swelling has subsided. More frequently the physician will cut into the trachea through the neck and insert the tube from the outside. If laymen such as Dom Manoel's wife and secretary had tried to do that they would likely have cut an artery.

Dom Manoel was a king for two and a half years of his 42. In his 19th year in 1908, revolutionists stormed the carriage in which he was riding with his father King Carlos and brother Crown Prince Louis Philippe, shot the King and Crown Prince to death. Manoel was crowned three months later. In 1910 a second revolution sent him scurrying to Gibraltar. Dom Manoel, who had never wanted to be a king, was quite satisfied when the republic allowed him to keep his property, valued at some $50,000,000. He led a pleasant life as the royal lover of beauteous Gaby Deslys, refused to return to Portugal in 1919 when Royalists proclaimed him King again. Actress Deslys died in 1920, also of a throat infection. Dom Manoel retired with his wife (whose marriage Pope Benedictus XV had refused to annul) to his farm at Twickenham, near London, settled down to a life of farming, tennis, fencing and following horse races. He died while his valet's daughter was being married. He had promised to be best man."

Reino da Dinamarca continua a ser o país mais feliz do mundo e Portugal está nos 10 menos

À atenção de Portugal: o Reino da Dinamarca é o país mais feliz do mundo!
A conclusão foi apresentada pelo Instituto de Pesquisa Social da Universidade do Michigan que, desde 1981, estuda os níveis de felicidade em 52 países do mundo.

Com a sua igualdade social e atmosfera democrática pacífica, a Dinamarca lidera os gráficos de felicidade mundial, contrastando com a China, onde a felicidade tem decrescido. "Suspeito que existe uma forte ligação entre paz e felicidade", afirma Ronald Inglehart, cientista político que orientou o estudo. "A Dinamarca, não sendo o país mais rico do mundo, é um país próspero", acrescenta.

Na lista, os EUA encontram-se em 16.º lugar (relativamente longínquo do vizinho Canadá, cujo chefe de Estado é a Rainha Isabel II, no 9.º lugar).
Portugal ocupa a 47.ª posição no ranking do total de 52. Os países mais felizes, como a Islândia, a Suíça e a Áustria, são apontados por Inglehart como os exemplos da excelência de normas de tolerância social e de sistemas políticos democráticos.
"Em última instância a determinante mais importante é a possibilidade de livre escolha de cada um na orientação das suas vidas", afirma Inglehart.

domingo, 29 de junho de 2008

Casa Real: D. Duarte entrevistado a propósito da estranheza que causou o seu afastamento do Protocolo de Estado

S.A.R. O Senhor D. Duarte, Duque de Bragança entrevistado por canal norueguês, a propósito da visita dos seus parentes Reis da Noruega a Portugal.


Ver em:
http://www.tv2.no/nyhetene/utenriks/article1938993.ece

terça-feira, 3 de junho de 2008

Duque de Bragança excluído da visita de Estado dos Reis da Noruega!

Confirma-se a notícia que aqui deixámos. S.A.R. foi efectivamente excluído da visita de Estado a Portugal feita pelos Reis da Noruega.
Citamos o sítio da Causa Monárquica:

"Fui até à Noruega e encontrei um site de Eventos Reais, para descobrir estas fotos de S.A.R., O Duque de Bragança que esteve presente no banquete de retribuição oferecido pelos Reis da Noruega, a bordo do Iate Real “Norge” e mais uma vez excluídas da reportagem fotográfica da presidência…
S.A.R., A Duquesa de Bragança não pôde estar presente.
O convite foi feito pelos Reis da Noruega que tiveram a consideração de convidarem o Chefe da Casa Real Portuguesa, porque segundo comentários da SIC, S.A.R., O Senhor Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, teria sido afastado da visita de estado dos Reis da Noruega a Portugal.
Mais uma “republicanice” de muito mau gosto, falta de nível, educação e de tudo quanto há, porque nesta república da “treta”, o espírito de entrega, e de elevação, pertence ao Senhor Dom Duarte que quer abraçar a Chefia de Estado com a certeza de querer servir, com dedicação o País e as pessoas que nele vivem.
Parece que a república está com medo ou com dor de cotovelo!!
Deixo aqui um comentário retirado do Royal Events:
This was not the first time D. Duarte Pio met King Harald. In the Royal Forums I found this declaration from HM The King: “I have met the Duke before, but don’t know him. But we’re probably related if we look closely at the lines”, the King said with a smile
.”
Maria Menezes

sexta-feira, 30 de maio de 2008

S.A.R. O Senhor D. Duarte de Bragança é uma ameaça para o Protocolo de Estado?

Considero que é chegado o tempo de se colocar novamente a questão do Protocolo de Estado.
S. A. R. O Senhor D. Duarte de Bragança, como Chefe da Casa Real, representante dos Reis de Portugal e Chefe da Nação e da Tradição Portuguesa não pode continuar a ser desconsiderado pelos serviços da República que, com algum ressabiamento à mistura, o afastaram do Protocolo de Estado!

Aquando da aprovação da lei que determina o actual Protocolo de Estado pedia-se que os legisladores com assento na Assembleia da República tivessem a mínima noção do país em que vivem. Mais uma vez, e para não variar, mostraram o seu desligamento da realidade. Consideraram S.A.R. uma ameaça para esta república de brincadeira, esquecendo-se do valor intrínseco à personalidade do Duque de Bragança e de tudo o que ela representa. Resolveram assobiar para o lado...
Ora, em perfeita contradição com a suposta lei, O Senhor D. Duarte de Bragança continua ser convidado pelo Estado Português para cerimónias oficiais de recepção de Chefes de Estado estrangeiros. Tal não pode ser considerado um favor, como o sr. Silva acabou por insinuar nas palavras que boçalmente dirigiu à comunicação social estrangeira, mas sim o reconhecimento de uma real importância.

Até mesmo a República tem que demonstrar uma certa dignidade!

Henrique Albino Figueira

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Duque de Bragança afastado da recepção aos Reis da Noruega !!

Segundo a SIC, S.A.R. O Senhor D. Duarte Pio, Duque de Bragança, terá sido afastado da visita de estado dos Reis da Noruega a Portugal.

Cavaco Silva terá sido interpelado pelos media estrangeiros na conferência de imprensa que ocorreu no Palácio da Ajuda, tendo respondido em inglês que "eles costumam ser convidados para estes acontecimentos, não sei o que se passou".

Esperemos que não tenha havido "afastamentos"...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

S.A.R. O Senhor D. Duarte Pio de Bragança faz hoje anos


O Duque de Bragança nasceu a 15 de Maio de 1945, comemorando o 63º aniversário.

Parabéns!

domingo, 11 de maio de 2008

SS. AA. RR. Os Duques de Bragança no Jantar de gala dos Reis da Suécia

SS. AA. RR. D. Duarte de Bragança e D. Isabel de Bragança na sessão de
cumprimentos que precedeu o jantar de Gala oferecido pelos Reis da Suécia, Carlos Gustavo e Sílvia, no âmbito da visita de Estado que realizaram a Portugal entre 5 e 7 de Maio.

O jantar decorreu num hotel de Lisboa, que serviu de residência oficial para os monarcas suecos durante a sua estadia em Portugal.



quarta-feira, 7 de maio de 2008

Modelo social e ética republicana

Por Dom Vasco Teles da Gama in Diário Digital

O modelo social que os nossos governantes escolheram está de excelente saúde, condenando à proletarização, quando não à exclusão, a esmagadora maioria dos portugueses da classe média, sufocados pelas dívidas à banca e pela constante subida do nível de vida, agora agravado quer pelo preço astronómico do barril de petróleo, quer pela não menos vertiginosa subida de preço dos cereais, e demais produtos alimentares, daquela decorrente.
Porque o volume salarial é dos mais baixos da Europa, somos também nós os forçados a despender maior percentagem das receitas em alimentação, quase toda importada, graças ao afã de sucessivos governos em subsidiarem os agricultores nacionais para nada produzirem, na esperança de verem financeiramente reconhecida por Bruxelas a sua subserviência. Que diferença para a monarquia Espanhola, que se vê multada pela União, por ter autorizado os seus agricultores a plantarem vinhas, para além das quotas que os Franceses lhes tinham imposto, podendo largamente pagar as multas, com o rendimento da infracção!

Mas, em plena crise de recessão mundial, que medidas toma a "nossa" república? Aperta o cinto, como nos manda e obriga a fazer a nós? Nada disso!
Anuncia alegremente grandes obras públicas: Um novo aeroporto; Uma nova ponte sobre o Rio Tejo, apesar de ainda não estar completamente esclarecido o impacto ambiental da que foi inaugurada há dez anos; Um aparentemente inútil T.G.V., que dada a nossa dimensão, parece quase consensual tratar-se de investimento sem retorno financeiro, ou seja, para as futuras gerações terem que ficar a pagá-lo, em nome da modernidade; Um novo Hospital de Todos os Santos (será para mudar de nome para Hospital de Santo Nenhum, daqui a dois anos, em nome do laicismo do Estado?), que parece decalcado do Hospital de Santa Maria, tão criticado pela desumanização atribuída àquele modelo de gestão da saúde; novos troços de auto-estradas em que, se continuar a subida nos preços da gasolina, se prevê que circulem cada vez menos automóveis…

Ver mais em:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=50&id_news=328384

terça-feira, 6 de maio de 2008

Lisboa: Festas de Nossa Senhora da Saúde. Descaramento republicano!

Notícia do Correio da Manhã

A primeira-dama Maria Cavaco Silva cumpriu ontem a tradição de coroar a Nossa Senhora da Saúde durante a cerimónia da investidura realizada na capela junto ao largo do Martim Moniz. O momento, presenciado por cerca de uma centena de fiéis, é o primeiro passo de preparação para a procissão de Nossa Senhora da Saúde, uma das mais
antigas de Lisboa, que acontecerá no domingo.

Organizada pela Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde e de São Sebastião, o ritual de coroação sempre foi presidido pela rainha de Portugal. Após alguns períodos de interregno, a cerimónia foi retomada definitivamente em 1982 e desde então o papel de rainha foi assumido pela primeira-dama.

Na cerimónia de ontem, Maria Cavaco Silva substituiu a coroa colocada no ano anterior por uma nova, de prata, a mesma com que Nossa Senhora da Saúde sairá à rua no domingo, durante a procissão. Esta não é porém a mais valiosa. Em 2005, numa missão envolta em grande secretismo, a imagem percorreu as ruas de Lisboa com uma coroa em ouro cravejada de diamantes e outras pedras preciosas. "Essa só sai em ocasiões especiais e está sempre rodeada de medidas de segurança muito apertadas", revelou Amadeu Rosa, da Real Irmandade.

D. Duarte convidado pelo Presidente da Câmara de Barrancos a visitar a Vila

SAR O Senhor D. Duarte de Bragança foi convidado, durante a sua presença na Ovibeja, a visitar a Vila de Barrancos.

Este convite partiu do Dr. António Tereno, Presidente da Câmara Municipal de Barrancos e foi prontamente aceite.

A visita de SAR será agendada com brevidade.





SAR D. Duarte na Ovibeja

Ver entrevista à TvOvibeja em:

http://www.tvovibeja.net/index.php?link=tv&vid=89

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Visita de S.A.R. O Senhor D. Duarte de Bragança

S.A.R. O Senhor Dom Duarte de Bragança, visitou a Ovibeja no pasado dia 1 de Maio, tendo sido aclamado nos diversos locais percorridos do certame, por variadíssimos visitantes.

Na verdade, a presença no evento do Chefe da Casa Real Portuguesa, constituiu motivo de enorme entusiasmo, motivando nos circunstantes, manifestações de afecto e incentivo a Sua Alteza Real .

A palavra mais ouvida por S.A.R. foi o pedido insistente para que continue e fortaleça os laços que vem estabelecendo com os Portugueses que, cada vez mais intensamente, Lhe manifestam profundo apreço e Lhe transmitem a convicção de que só O Rei, entidade acima das disputas e querelas partidárias, poderá servir o Povo, e não servir-se dele, sendo árbitro imparcial nos conflitos institucionais que quotidianamente se verificam.

A entrada de Sua Alteza Real na Ovibeja foi assinalada com a presença de extensa comitiva, tendo a recebê-Lo o secretariado da Ovibeja, elementos da Real Associação de Beja, a Real Associação de Lisboa, inúmeros associados e outros populares.

Como vem sendo hábito, a Banda Filarmónica Capricho Bejense interpretou, para Sua Alteza Real, os Hinos da Restauração e da Maria da Fonte finalizando, porque se tratava de receber o Chefe de Estado "de jure", com A Portuguesa.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Ovibeja: D. Duarte de Bragança visitou a feira e criticou o Presiente da República

Notícia da Rádio Voz da Planície (Beja)
D. Duarte de Bragança, esteve na Ovibeja participou num debate e deixou críticas ao Presidente da República, de um “País das Bananas”.

Depois de ter participado numa conferência subordinada ao tema "Dom Carlos, um Rei Constitucional e pela Democracia", D. Duarte Pio de Bragança, visitou a Ovibeja e esteve no Stand da Real Associação de Beja.
Depois de ouvir a música das tunas das escolas superiores de Beja, falou à Voz da Planície, sobre aquilo que é o desenvolvimento de Portugal, comparativamente a Espanha e Inglaterra, e acusou o Presidente da República de ser “um derrubador de Governos, quando deveria ser um árbitro imparcial”.
Antes de jantar com associados e simpatizantes da Causa Real, D. Duarte visitou o stand da Associação Humanitária dos Dadores de Sangue de Beja, recebendo uma placa que assinala a celebração dos 25 anos desta instituição.

Conferência "Dom Carlos, Rei Constitucional e pela Democracia"

No seguimento do sucesso da Conferência "Dom Carlos, Rei Constitucional e pela Democracia", ontem realizada, deixamos a excelente comunicação do Dr. Lourenço Pereira Coutinho intitulada "D. Carlos I, traços biográficos e políticos".


D. Carlos I
D. Carlos de Bragança nasceu em Lisboa, a 28 de Novembro de 1863, e já como presuntivo herdeiro do trono, por ser o primogénito do rei D. Luís I. Foi baptizado na Igreja de S. Domingos de Benfica a 19 de Outubro de 1863 e reconhecido como herdeiro do trono pelas Cortes Gerais a 11 de Fevereiro de 1864.
Como príncipe Real, recebeu uma educação exigente e completa, que incluía o estudo das humanidades, de línguas estrangeiras e a prática de actividades físicas, demonstrando desde cedo clara inclinação para as artes e as ciências. Teve como mestres algumas das principais figuras do pensamento e cultura da época, e como aio o jurisconsulto e politico Martens Ferrão.
(...)
Em 1886, casou-se com a princesa D. Amélia de Orleans, filha dos condes de Paris. Os então duques de Bragança, foram viver para o palácio de Belém – enquanto solteiro, D. Carlos vivia com os reis seus pais no Palácio da Ajuda – onde fomentaram uma pequena corte, aberta a discussões culturais e politicas. D. Carlos era na altura muito próximo do grupo dos Vencidos da Vida, onde pontificavam nomes como Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Carlos Lobo de Ávila, ou Bernardo Pindela, o futuro conde de Arnoso.
O príncipe partilhava muitos dos gostos e preocupações deste grupo que, a nível político, defendia o saneamento das contas públicas, as preocupações sociais, e a moralização da vida pública como prioridades. Para tal, seria necessária uma maior intervenção do rei na política nacional, isto, claro, no respeito pelo enquadramento que a Carta Constitucional definia para o chefe de Estado (alguns políticos e pensadores iam até mais longe, advogando uma reforma da Carta Constitucional).

sexta-feira, 25 de abril de 2008

SAR D. Duarte visita a OVIBEJA

S.A.R. o Senhor D. Duarte de Bragança visita a OVIBEJA no dia 1 de Maio.

Nesta visita aproveitará para estar presente na Conferência "Dom Carlos, Rei Constitucional e pela Democracia" e conhecerá o stand da Real Associação de Beja.

Viva o Rei!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Conferência "Dom Carlos, Rei Constitucional e pela Democracia"

Numa iniciativa da Real Associação de Beja, realiza-se dia 1 de Maio, pelas 15 horas, no Auditório da ExpoBeja, a Conferência "Dom Carlos, Rei Constitucional e pela Democracia".

Serão palestrantes o Prof. Lorenço Pereira Coutinho, o Almirante Henrique da Silva Fonseca e o Coronel Américo José Fernandes Henriques.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A Real Associação de Beja estará mais uma vez presente na OVIBEJA.

Visite-nos.

terça-feira, 25 de março de 2008

Parabéns D. Afonso de Bragança!

Faz hoje 12 anos (nasceu a 26 de Março de 1996) o Senhor D. Afonso de Bragança, Príncipe da Beira, filho de SSAARR o Senhor D. Duarte Pio, Duque de Bragança e D. Isabel de Herédia.
Parabéns!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Real de Beja protesta contra homenagem a regicida

Os monárquicos de Beja insurgiram-se através de carta enviada ao presidente da Assembleia Municipal de Castro Verde contra o programa evocativo do primeiro centenário do regicídio que a autarquia decidiu promover através de uma homenagem a Alfredo Luís Costa, um dos envolvidos no assassinato do rei D. Carlos I e do príncipe herdeiro Luís Filipe, na tarde de 1 de Fevereiro de 1908.

A Real Associação de Beja, RAB, manifestou o seu "repúdio" contra a atitude de "alguns poucos castrenses de quererem hoje transformar em heróis energúmenos e traidores" com um gesto expresso através do descerramento de uma lápide na casa onde se presume tenha nascido Alfredo Luís Costa, natural da freguesia de Casével, no concelho de Castro Verde.

José Gaspar, presidente da RAB, diz não compreender como se pode homenagear alguém que matou um "rei constitucional, defensor do parlamentarismo, que tão bem promoveu e honrou os valores da liberdade e da democracia", comparando esta atitude com a "maneira democrática e civilizada" como "muitos ilustres republicanos" assinalam o "hediondo crime".

A Câmara de Castro Verde dinamizou um programa evocativo da República, com iniciativas que decorrerão de Janeiro de 2008 a Outubro de 2010 e que assinala o primeiro centenário do regicídio. Fernando Caeiros, presidente da autarquia alentejana, explicou que o regicídio foi "uma etapa fundamental para a implantação da República, a 5 de Outubro de 1910, e um elemento fulcral para a construção do Portugal moderno". O autarca lembra que a morte de D. Carlos e de um dos seus filhos teve entre os seus mentores Alfredo Luís da Costa, "motivo pelo qual o concelho de Castro Verde se encontra intrinsecamente ligado à história do acontecimento". No entanto, Caeiros diz que "ninguém vai gritar "morte ao rei"". "[O regicídio] foi um acto que não merece o nosso apoio, mas que ao mesmo tempo não nos deve envergonhar [por ter sido um] momento determinante [para a República]", frisou.
Num comunicado emitido a propósito da efeméride e onde a autarquia divulga o programa evocativo da República, chama-se a atenção para o "esquecimento" em que as comemorações do 5 de Outubro têm caído, "desvalorizando-se, desta forma, todo o trabalho de transformação social" que este momento de grande importância histórica trouxe ao Portugal dos princípios do século XX. Caeiros completa este ponto de vista, dizendo ser importante do ponto de vista social e cultural "uma reflexão sobre os acontecimentos" de 1 de Fevereiro de 1908.

terça-feira, 11 de março de 2008

D. Duarte chamado "Rei" no Rio de Janeiro

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, no centro antigo do Rio de Janeiro, estava ontem engalanada de flores amarelas e polícias militares empunhando bandeiras. Lá dentro, a música era cantada em latim. O tom era de festa. Só destoava a rapariga que à porta distribuía panfletos a quem passava, como numa "manif". "Nota de desagravo", dizem.

A celebração que decorria nesta igreja era alternativa ao programa oficial. Nela não participava Cavaco Silva, convidado de Lula nas comemorações dos 200 anos da chegada da família real ao Brasil, que estão a decorrer. A Igreja do Rosário foi onde D. João VI, ainda príncipe regente, assistiu ao Te Deum no dia em que desembarcou no Rio, 8 de Março de 1808. Mas não foi a igreja escolhida agora para as comemorações oficiais. A nobre função coube à actual Sé, remodelada por uma empresa privada e onde Cavaco assistiu a um concerto. Fora das comemorações oficiais, a Igreja do Rosário não se ficou e resolveu fazer um panfleto de protesto e celebrar na mesma com "uma missa solene, aberta ao mesmo tipo de público, que de forma entusiasta recebeu a família real, em 1808: nós, brasileiros comuns".
Negros, mulatos, brancos, enfim, numa definição, brasileiros, encheram os bancos da igreja. A irmandade que gere a igreja chama-se "dos homens pretos" porque foi desde cedo composta por escravos, e negros libertados - muitos com fundos da paróquia. No primeiro Te Deum, o príncipe regente foi recebido pelos negros da congregação, como retrata o quadro de Armando Viana, agora na capa do catálogo da grande exposição sobre o tema, aberta na sexta-feira por Cavaco e Lula no Museu Nacional.

Foi essa audiência mista que rejubilou em palmas com a entrada de D. Duarte Pio na cerimónia. No Rio a convite da Câmara, atrasado por ter estado com Cavaco - veio a pé dois quarteirões até à igreja -, foi saudado com um "vem entrando o Rei de Portugal" pelo nervoso apresentador negro, que nem reparou no erro diplomático. Na igreja já estavam D. Luís Gastão, herdeiro do trono brasileiro, e seus irmãos, que se associaram à celebração não oficial. Para os Bragança, descendentes de D. João VI, todas as comemorações são boas: dignificam as memórias familiares, relembram o lugar deles, herdeiros sem trono, na história. "Fiquei muito emocionado com o discurso de Lula", conta D. Bertrand de Orleans e Bragança, irmão de D. Luís. O presidente brasileiro agradecera à família o papel na criação do Brasil e enalteceu D. João VI no discurso de inauguração das comemorações.

D. Duarte Pio é descendente de D. Miguel, que não esteve ao lado do irmão na questão brasileira. Mas 200 anos depois, e sem monarquia instituída em nenhum dos países, a questão é pouco relevante. Como aliás mostra a recepção, entre o eufórico e o curioso, que ele e Isabel de Herédia tiveram nesta missa e no que se seguiu. Depois da cerimónia, houve o "aperto de mão" a D. Luís - muito parecido com o beija-mão real em que D. João VI passava tardes no Paço Real. Os que participaram na missa foram cumprimentar o herdeiro, ele sentado numa cadeira no meio do salão paroquial, eles em fila indiana à espera do momento. Nenhum dos presentes teve de passar por seguranças, como aconteceu na cerimónia de Lula e Cavaco. Até o fotógrafo de serviço, Jadson, apareceu porque viu o anúncio da missa no jornal e achou que havia ali negócio: vendia, por 20 euros, "a sua foto com o imperador". Uma verdadeira manifestação popular, como dizia Isabel de Herédia, "muito divertida e sem preconceitos". "Viva o Brasil! Viva D. Luís! Viva D. Duarte Pio! Viva Portugal, nossa pátria mãe!", gritou o apresentador no final da cerimónia.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Hoje - Prós e Contras discute "Monarquia vs. República"

22:30 h - RTP1 - Prós e Contras - O debate mais alargado da televisão portuguesa

Paulo Teixeira Pinto, presidente da Causa Real, enfrenta António Reis, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano.

Ética republicana ou ideais monárquicos? O que divide hoje os dois regimes? As experiências europeias… Fundamentos e valores políticos…

Ainda com Medeiros Ferreira, António Costa Pinto, Adelino Maltez, Rui Tavares, Mendo Castro Henriques, Gonçalo Ribeiro Telles e ainda um conjunto alargado de outras personalidades monárquicas e republicanas.