terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Atenção ao não credível Jornal Monárquico!

A natureza do "Jornal Monárquico" que tem sido amplamente publicitado ao longo das últimas semanas: ao contrário da mensagem que alguns têm tentado passar (muitas vezes por simples desconhecimento), não é uma publicação oficial, tratando-se (muito provavelmente) de uma fraude patrocinada por grupos interessados na divisão dos monárquicos e no enfraquecimento da Causa Real.
Assim sendo, apelemos a que divulguem esta informação e (por este e outro meios) procurem também contribuir para o esclarecimento desta questão.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Alexandre da Bélgica (1942 - 2009)

Por Embaixador José Cutileiro

O príncipe belga era um homem culto, letrado e sensível mas com tal horror da vida pública que se casou em segredo, e só anos depois tornou público o seu novo estado civil.

O príncipe Alexandre Emanuel Henrique Alberto Maria Leopoldo da Bélgica, que morreu de uma embolia pulmonar quando fazia os seus exercícios diários no ginásio da moradia de Rhode Saint-Genèse, um dos arredores confortáveis de Bruxelas, onde vivia com a mulher, a princesa Leha e os filhos desta, na manhã de domingo, 29 de Novembro, era príncipe de sangue da Casa Real belga, meio-irmão muito mais novo do rei Alberto II, do rei que precedera este, Balduíno I, e da grã-duquesa-mãe do Luxemburgo Josefina-Carlota, todos filhos do rei Leopoldo III, mas ao contrário dos irmãos mais velhos não fazia, por assim dizer, inteiramente parte da dinastia reinante pois à nascença o rei Leopoldo estipulara que ele (e qualquer outro filho que tivesse do mesmo leito) não poderia ser pretendente ao trono do rei dos belgas.
Em 1935, cinco anos antes de a Segunda Guerra Mundial ter levado à Bélgica a invasão e a ocupação alemãs, Leopoldo III, coroado em 1934, enviuvara da rainha Astrid, nascida na família real sueca, num desastre do automóvel que ele próprio conduzia durante férias nos Alpes suíços, deixando órfãs as crianças Josefina-Carlota, Balduíno e Alberto e deixando também no povo, quer valão quer flamengo, grande saudade da jovem rainha que era muito bonita e viera temperar a altivez rígida dos Saxe-Coburgo com o à-vontade afável dos Bernardotte. Não havia ainda nesse tempo televisão nem internet mas esboçou-se mesmo assim na Bélgica um culto pela sua memória.

Entretanto, chegou o assalto nazi à Europa e enquanto o rei Haakon da Noruega e a rainha Juliana da Holanda partiram para Londres para não terem que coabitar com os invasores dos seus países e ajudaram a animar do exílio a chama da resistência ao ocupante e o rei Cristiano da Dinamarca, embora ficando em Copenhaga, se conservava distante das autoridades invasoras e protestava invariavelmente contra perseguições e deportações dos seus súbditos, resistentes ou judeus, Leopoldo III, que declarara por iniciativa própria a rendição da Bélgica antes das suas tropas terem cessado de combater, não acompanhara a Londres o governo belga que lá se refugiara mostrando mesmo falta de solidariedade com este, ignorando pedidos de intervenção junto do invasor para impedir o fuzilamento de reféns ou o degredo para trabalhos forçados na Alemanha de compatriotas seus, reinava em harmonia com as autoridades fantoches, submissas aos alemães.

Recuperado do desgosto da viuvez apaixonara-se por uma burguesa belga, Lilian Baels, a quem deu quando com ela casou em 1941 o título de princesa de Réthy, com fama de simpatias pró-alemãs, que as flores e parabéns mandados por Hitler aos noivos não ajudaram a desvanecer e mais o separaram ainda da população. Em Junho de 1944, os ocupantes em retirada levaram Leopoldo e a família para a Alemanha; acabariam por ser libertados pelos americanos em Salzburgo em Maio de 1945. Mal-querido entre os seus, não voltou logo, ficando o irmão Carlos como regente; conseguiu retomar o trono nomeando Balduíno seu lugar-tenente mas o mal-estar não parou de crescer e teve de abdicar nele, sendo mais tarde obrigado a trocar o palácio de Laaken pelo castelo de Argenteuil, para não influenciar o filho.

Após a sua morte, o governo belga não autorizou a família - a princesa viúva, Alexandre e suas duas irmãs - a continuar a viver no castelo.Infância e adolescência assim dilaceradas marcaram para sempre Alexandre, homem culto, letrado e sensível mas com tal horror da vida pública que se casou em segredo, com uma senhora já mãe de filhos, apenas anos depois divulgando o seu novo estado. Apesar de próximo do irmão rei raramente era visto. Só quando morreu muitos se lembraram de que fora vivo.
Há dias, outro belga, de origem anónima para o mundo, ascendeu de repente à ribalta como presidente da União Europeia. Na véspera, este belga, nascido no fulgor da primeira família do reino, sumia-se discretamente como há muito tempo decidira viver.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Bélgica: Rei Alberto II dá posse a novo governo

Yves Leterme tomou hoje posse como Primeiro-Ministro belga perante o Rei Alberto II, onze meses depois da demissão.
O cristão-democrata flamengo deixa a pasta dos Negócios Estrangeiros para substituir Herman Van Rompuy, nomeado para a presidência do Conselho Europeu.

A escolha rápida de Leterme é justificada pelos cinco partidos da coligação governamental como uma forma de evitar nova crise política.
Na equipa de governo surge apenas um novo rosto, Steven Vanackere, para chefiar a diplomacia belga. Os restantes elementos são os mesmos que acompanharam Van Rompuy, que conseguiu pacificar os conflitos entre flamengos e francófonos.
Van Rompuy apresentou a demissão ao Rei belga, na manhã de quarta-feira . O futuro presidente do Conselho Europeu considera que Leterme “tem agora uma segunda hipótese e dispõe de todos os elementos para provar que é um bom chefe do Governo”. Van Rompuy espera que “tenha sucesso”.

[Imperou a "estabilidade", palavra querida às monarquias constitucionais europeias.]

domingo, 22 de novembro de 2009

Comemora hoje 43 anos S.A.R. A Senhora Dona Isabel Inês de Castro Curvelo de Herédia de Bragança, nascida em 22 de Novembro de 1966.
Casou em 13 de Maio de 1995 com S.A.R. O Senhor Dom Duarte Pio, Duque de Bragança.

Até 1976 viveu entre Portugal e Angola e estudou no Colégio das Doroteias. Em 1976 a sua família mudou-se para o Brasil. Estudou então em S.Paulo, no Colégio de S. Luís, da Companhia de Jesus, até 1988.
Licenciou-se em Administração de Empresas na Universidade Getúlio Vargas em 1990. Nesse ano regressou a Portugal e iniciou a sua actividade profissional numa empresa financeira, a BMF - Sociedade de Gestão de Patrimónios, S.A. onde esteve até 1995.

É patrona de algumas instituições, de entre as quais:

· Refúgio Aboim Ascensão - Faro;
· Ajuda ao Recém Nascido (Instituição ligada à Maternidade Alfredo da Costa);
· Associação Trissomia 21;
· Associação Portuguesa de Miastenia Grave e Doenças Neuro-Musculares;
· Ajuda de Berço;
· Associação "Os Francisquinhos".

S.A.R, a Senhora Duquesa de Bragança é Grã-Mestra da Real Ordem de Sta Isabel, Grã-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e Dama Grã-Cruz de Honra e Devoção da Ordem Soberana e Militar de Malta.

A S.A.R. os nossos Parabéns.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

"Três tiros que abalaram a Monarquia"

Lapa: moradores convidados para "Três Tiros na Monarquia".

A Junta de Freguesia da Lapa, em Lisboa, está a convidar os moradores do bairro a participar na visita "Três Tiros que Abalaram a Monarquia", a decorrer dia 20 de Novembro, as partir das 14:30. Trata-se de uma visita guiada pedestre aos locais onde ocorreram os acontecimentos históricos associados ao Regicídio, segundo o divulgado em comunicado.

O percurso começa no Café Gelo (local escolhido pelos regicidas para os últimos preparativos), seguindo para Praça do Comércio (onde ocorreu o Regicídio), Capela de S. Roque do Arsenal da Marinha (onde permanecem os corpos reais em “camara-ardente”) e Paços do Concelho (onde foram acolhidos os corpos regicidas). Para participar, é necessário fazer inscrição prévia na Junta de Freguesia da Lapa.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Rei da Tailândia ainda internado perturba a Bolsa

Tem 81 anos, é o mais antigo monarca do mundo em exercício e essencial para a estabilidade política do seu país - a Tailândia. A 19 de Setembro, uma infecção pulmonar obrigou o Rei Bhumibol Adulyadej a ser internado no hospital Siriraj de Banguecoque, onde ainda se encontra.

Ontem, rumores sobre a deterioração do estado de saúde do monarca tiveram efeitos negativos na Bolsa do país: caiu 2,04 %. O que levou o Palácio Real a emitir um comunicado onde se afirma ser bom o "estado de saúde geral" do monarca. "A infecção no pulmão está praticamente curada", garante o documento, com base em informação da equipa médica responsável pelo Rei. Mas, sublinha o texto, "uma recuperação completa leva algum tempo, o que é normal para uma pessoa da sua idade". Assim, o Rei irá ficar ainda algum tempo no hospital.

domingo, 13 de setembro de 2009

Duque de Bragança na tomada de posse do Presidente guineense

Malam Bacai Sanhá, do Partido Africano da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), tomou posse como Presidente guineense, em cerimónia que decorreu no Estádio 24 de Setembro, em Bissau.

Estiveram presentes os seus homólogos de Cabo Verde, Pedro Pires, Senegal, Abdoulaye Wade, Gâmbia, Yaya Jameh, Nigéria, Umaru Yar’Adua, Burkina Faso, Blaise Campaoré, e República Árabe Saraui Democrática, Mohamed Abdelaziz. Bem como o vice-presidente do Parlamento angolano, João Lourenço, e o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.
Outros convidados para a cerimónia foram o primeiro-ministro da República da Guiné (Conacri), Kobine Komara, o vice-primeiro-ministro timorense José Luís Guterres, o ministro moçambicano da Defesa, Filipe Nyusi, o Duque de Bragança e o secretário-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que é o guineense Domingos Simões Pereira.
As Nações Unidas fizeram-se representar pelo secretário-geral adjunto para os assuntos políticos, o eritreu Hailé Menkerios.
A cerimónia principiou com mais de tres horas de atraso devido à chegada tardia do Chefe de Estado nigeriano, actualmente na presidência da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Foi transmitida em directo pela televisão guineense e pela RDP-África.
Sanhá foi o vencedor da segunda volta das presidenciais guineenses, dia 26 de Julho, sucedendo assim a João Bernardo “Nino” Vieira, assassinado em Março, em circunstâncias ainda por esclarecer. Anteriormente, como presidente da Assembleia Nacional, ele já chefiara interinamente o Estado entre 1999 e 2000, depois da deposição de “Nino” por uma junta militar, no termo do primeiro período em que esse antigo guerrilheiro esteve no poder.

Sanhá, de 62 anos, é o quarto Presidente efectivo da Guiné-Bissau, depois de Luís Cabral, “Nino” Vieira e Kumba Ialá. Mas entretanto também houve outros dois presidentes interinos. Henrique Pereira Rosa e Raimundo Pereira, este último desde há seis meses.
O novo Chefe de Estado irá coabitar com um Governo chefiado pelo líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, num sistema que ele próprio referiu como semi-presidencial. E é em conjunto que os dois homens terão de decidir se mantêm ou substituem o actual Estado-Maior General das Forças Armadas, chefiado por José Zamora Induta, capitão-de-mar-e-guerra, posto equivalente ao de coronel do Exército.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Bandeira monárquica hasteada nos Paços do Concelho de Lisboa

Um grupo de elementos ligados ao blogue 31 da Armada, os Darth Vader, conseguiu hastear uma bandeira da Monarquia nos Paços do Concelho, em Lisboa, naquilo que o blogue apelida de 'guerrilha ideológica'.

O sucedido foi relatado no próprio blogue, com fotos do sucedido. “É o contributo do 31 para as comemorações do centenário da república”, pode ler-se num comuniicado e no blogue, segundo o qual a bandeira hasteada já foi retirada.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A magia da monarquia

Crianças recebem uma carta da Rainha de Inglaterra..

Lá se vai a teoria de que os realistas estão a definhar em deterimento de um futuro que pertence a uma vaga e brilhante republica” (artigo publicado no The Monarchist questiona o impacto do ideário republicano, na Austrália, nas camadas mais jovens).
Em Portugal a indiferença dos mais jovens pelo regime e o que ele representa (ou deveria representar) é brutalmente contrastante com a realidade noutros paises (todos eles mais desenvolvidos) europeus que permaneceram ou retornaram à monarquia. De facto Portugal é a par com a Grécia um dos paises onde os jovens mais gostam da História… com a correcta adenda de que falamos da História de Portugal até ao inicio do sec XX, pois daí para a frente a amnésia é total e preocupante para um País europeu no sec XXI. Podemos contar pelos dedos da mão o número de jovens que sabe o nome do 1º Presidente da Republica e compará-lo com a quantidade de jovens que sabe quem foi D. Carlos. Talvez não seja o caso de falha curricular mas antes uma clara percepção da qualidade intrínseca ás duas figuras.
O que não é relevante cai nos anais do esquecimento.

The Magic of Monarchy
So much for the theory that monarchists are dying off at an accelerating pace and the future belongs to some vague shiny republic. The fact of the matter is monarchists are born every minute, it is the futile task of every republican to indoctrinate them into some corrective educational program before they become the future. Judging from this photo, they might want to hurry!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O príncipe que enganou Franco

Em 1969, a guerra civil de Espanha já tinha terminado há mais de três décadas. Francisco Franco, que liderou as forças nacionalistas até à vitória nessa sangrenta contenda, era o líder supremo e indisputado do país. Restava a dúvida, contudo, sobre o que se passaria depois da sua morte.

Há que lembrar, para se compreender bem a situação, que as forças nacionalistas que venceram a guerra não eram uniformes. Ao lado dos elementos do exército regular, combateram milhares de falangistas, seguidores de uma ideologia muito semelhante ao fascismo italiano e que incluía uma significativa corrente republicana de direita.
Lutaram também voluntários católicos que, simplesmente, não se reviam no regime que levou a cabo a maior perseguição à Igreja Católica de história de Espanha; monárquicos constitucionalistas, defensores do regime que imperou até à abdicação de Afonso XIII, e os lendários requetés, monárquicos tradicionalistas defensores da dinastia carlista.

Franco acabou por tomar uma decisão peculiar. Restaurar a dinastia de Afonso XIII, sim, mas não na pessoa do então herdeiro Juan, conde de Barcelona. O professor e historiador Mendo Castro Henriques, explica que “existiu um acordo tácito entre o conde de Barcelona e Francisco Franco de que seria instaurada a chefia de Estado real, mas com um rosto novo”, uma vez que Franco não confiava em Juan de Bourbon para manter o seu regime autoritário.
Por isso, quando no dia 22 de Julho de há 40 anos Franco tornou pública a decisão de que o jovem príncipe Juan Carlos lhe sucederia no poder, não foi grande a surpresa.

"A decisão era esperada, mas não se sabia a identidade que Juan Carlos criaria. Juan Carlos viveu até aos dez anos em Portugal com seus pais, de quem recebeu os princípios da monarquia parlamentar. Depois, foi para Espanha, a fim de ser educado como herdeiro do trono e comandante das forças armadas. Durante os anos do fim do franquismo, foi visto como um ‘bom aluno’ de Franco. Mas o próprio generalíssimo galego foi enganado. Juan Carlos construiu a sua identidade e rede de contactos que lhe permitiram liderar a transição democrática”, explica o professor da Universidade Católica e do Instituto de Democracia Portuguesa.
Esta identidade de Juan Carlos revela-se, já Rei, quando põe fim ao levantamento militar que protestava contra a democratização do país. Aí, torna-se definitivamente Rei, não só dos monárquicos, mas de todos os espanhóis, passando a contar com a fidelidade até do partido comunista.

O seu pai, o Conde de Barcelona, morreu em 1993, 28 anos depois de Franco, o homem que o impediu de ser Rei, mas que não pode impedir que a sua visão para Espanha se concretizasse.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O que é que a república vai comemorar?

Por João Mattos e Silva

Aproxima-se o início das comemorações oficiais do centenário da república. A Comissão nomeada pelo actual presidente, Prof. Cavaco Silva, composta de “republicanos moderados”, onde até há uma conhecida personalidade ligada à Igreja, para evitar desmandos jacobinos e uma historiadora da arte, certamente para historiar a “arte” com que os republicanos assaltaram o poder legítimo, lançou há poucos dias um Portal que além de nos dar a conhecer a Comissão de Honra e a Comissão Consultiva, onde ombreiam o Grão – Mestre do GOL e um prelado católico, a par de outros republicanos irrelevantes, pouco mais diz. Porque pouco mais tem a dizer.

Aproxima-se o início das comemorações da implantação da república e eu ainda não percebi muito bem o que se quer comemorar. A revolução lisboeta que impôs a república pelo telégrafo ao resto do país, amolecido pela demagogia e indiferente perante o descalabro a que os partidos da Monarquia tinham reduzido a política? A I República das constantes revoluções, dos assassinatos dos seus heróis revolucionários e de um Presidente da República, da perseguição à Igreja Católica, dos presos políticos, da polícia política chamada pelos próprios republicanos “formiga branca”, da negação do voto das mulheres, da bancarrota, da participação na guerra europeia para, com milhares de mortos, consolidar o regime aos olhos internacionais? As ditaduras, do Partido Democrático de Afonso Costa, de Sidónio Pais, dos militares que, em 28 de Maio, saíram vitoriosos de uma “Revolução Nacional”, porque o povo estava farto da “balbúrdia sanguinolenta” que era a república? Da II República autoritária, da direita mais conservadora, que se afirmou pela memória assustadora da caótica primeira e da conseguida recuperação financeira do novo regime, pelo apoio pretoriano das Forças Armadas, pela polícia política, pela censura, pela repressão? A III República nascida de mais uma revolução contra a segunda, feita pelas Forças Armadas, e que só não conduziu a outra ditadura, agora da esquerda conservadora comunista, porque alguns políticos e alguns militares mais esclarecidos se lhes opuseram, criou um sistema democrático mas o condicionou à construção do socialismo, mesmo contra a vontade do povo não socialista, impôs o “sistema republicano de governo”, mesmo se o povo o não quiser, gerou uma partidocracia que domina o regime e manieta a liberdade democrática, apregoa a “ética republicana” mas pouco faz para impedir a falta de ética na actuação dos poderes do Estado e, nomeadamente, a corrupção e o nepotismo, nos empurra para a cauda da Europa em quase tudo, compromete o futuro e faz doloroso o presente para uma enormíssima parte da população, sem esperança e sem fé?

Seria demagogo, também eu, se não dissesse que muitas acções do regime republicano foram positivas em cem anos de vida. Mas o saldo, apesar disso, é negativo. E cada vez mais nos vamos dando conta desse facto, comparando-nos com as Monarquias europeias que foram evoluindo naturalmente sem roturas revolucionárias, a anos de luz de nós política, económica, social e culturalmente, e nomeadamente com a evolução da Monarquia espanhola, nascida depois da “revolução dos cravos”, que acedeu à democracia quase ao mesmo tempo e nos leva, em todos os aspectos, uma enorme dianteira.

Para além dos discursos laudatórios e encobridores da verdade histórica, das exposições que procurarão mostrar as “misérias” da Monarquia e o altíssimo “progresso” da República, do envenenamento dos nossos filhos nas escolas públicas com a distorção da História servida em concursos, palestras e outras actividades mais ou menos pedagógicas, mais ou menos lúdicas, de obras que já se deveriam ter feito, mas cuja desculpa para não as fazer é que não havia dinheiro, que agora jorra a rodos dos cofres de um Estado em crise financeira e económica, com milhares de desempregados e pessoas a viver abaixo do limite da dignidade humana e que, mesmo assim, estarão prontas ou não a tempo porque os portugueses e os lisboetas em particular não se deixam ludibriar com facilidade, para além desta parafernália de louvores estéreis e, nalguns casos, histéricos, o que fica? Nada. Porque o regime republicano está em estertor e um dia virá, talvez não muito longínquo, em que os portugueses - começando pelos críticos ilustres tão apreciados e divulgados que fazem diagnósticos acertados mas não atinam com a doença e muito menos com o remédio adequado - abrirão os olhos e mandarão para o caixote da História este regime e estas comemorações faraónicas, feitas com muitos milhões de euros que saem dos nossos bolsos.

[Com a devida vénia ao diariodigital.pt]

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Família Real da Noruega "adopta" cão-d'água português

Depois do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi a vez do príncipe Haakon fazer uma surpresa aos filhos.

Se seguisse o exemplo do pai, o príncipe Haakon da Noruega teria escolhido um setter inglês, mas o herdeiro do trono norueguês preferiu seguir a moda e oferecer aos filhos um cão-d'água português. Depois de Barack Obama ter optado pela raça que acompanhou os marinheiros portugueses durante os Descobrimentos, foram várias as figuras públicas que não resistiram ao seu pêlo encaracolado e feitio meigo e brincalhão.

Ideal para quem tem crianças - como Obama, que tem duas filhas, e Haakon, que além dos dois filhos tem um enteado - o cão-d'água começou por conquistar Ted Kennedy. O velho "leão" do Senado americano é dono de três cães desta raça - um deles serve mesmo de "narrador" no livro infantil do irmão do presidente assassinado John Kennedy O Meu Senador e Eu - e foi ele quem ofereceu Bo ao casal Obama.

É bem visível a empatia imediata entre o cachorro Milly Kakao, os príncipes Alexandra, de cinco anos; e Sverre Magnus, de três, e Marius, filho de um relacionamento anterior de Mette-Marit. A imagem idílica das criancinhas loiras a brincar com o cão contrasta com a irritação dos criadores, que receiam que a corrida aos cachorros ponha em causa a pureza da raça.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Família Real britânica pode estar sem dinheiro em 2012

São precisos mais 3 pences por cidadão.
Bolsa atribuída é a mesma há 20 anos.

Até a Monarquia já é atingida pela crise. Desta vez, é a Rainha da Inglaterra pode vir a ficar sem dinheiro dos fundos em 2012, a não ser que o Governo aumente a "bolsa" atribuída à família real. É que esta está congelada há cerca 20 anos.

Os custos totais para manter a monarquia subiram 1,5 milhões de libras (1,76 milhões de euros) para os 41,5 milhões (48,7 milhões) durante o último ano, ou seja, mais 3 pences para um total de 69 pences por cada cidadão.

As contas mais recentes apontam que a Rainha retirou do fundo de reserva 6 milhões de libras, o montante mais elevado de sempre.
Esta reserva, que foi de 35 milhões de libras, diminuiu agora para 14 milhões e o Buckingham Palace estima que tenha já desaparecido no final de 2011.

Neste ritmo, um porta-voz oficial da monarquia, confirmou que a Rainha não terá mais dinheiro dentro de dois anos.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Princesa Teresa de Orleans e Bragança: Irmã da Mãe de S.A.R. o Duque de Bragança faz hoje 90 anos!

Faz hoje 90 anos a Princesa Teresa de Orleans e Bragança, irmã de S.A.R. a Senhora Dona Maria Francisca de Orleans de Bragança - Mãe de S.A.R., O Senhor Dom Duarte Duque de Bragança.

A Real Associação de Beja, no presente dia do seu amiversário, deseja as maiores felicidades a S.A.I.R, a Princesa Teresa de Orleans e Bragança.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Não há decoro?

Por Dom Vasco Teles da Gama
in Diário Digital

Em plena crise financeira internacional, conjugada em Portugal com o total descrédito quer das instituições políticas, quer judiciais, não há semana em que uma qualquer “corporação” se não manifeste junto ao Parlamento, com o consequente entupimento de toda a cidade de Lisboa por largas horas, dificultando assim a vida aos que, já sem nada esperarem do Estado, se limitam a tentar sobreviver.

Também não há semana em que Procuradores, Bastonários e Juízes não apareçam pelos vários órgãos de comunicação social a perorar de sua justiça, em lugar de a aplicarem no local próprio, por forma a merecerem o indispensável respeito que em qualquer país civilizado a Justiça precisa de ter, para um regular funcionamento do Estado de direito.

Mas eis que, no meio da desvergonha generalizada, surge o anúncio de uma coligação para a Câmara de Lisboa, provavelmente com o intuito abstruso de reeditar a A.D. dos tempos do PREC, que inclui um “cadáver” político, utilizado por um aventureiro sem escrúpulos a soldo de inconfessáveis interesses, que dá pelo falso nome de P.P.M..

E digo falso porque, depois dos tempos em que algumas figuras monárquicas de inegável prestígio, discordantes do rumo a que o Estado Novo conduzira o País o criaram para ocuparem um espaço político no pós 25 de Abril, foi esse partido, com o nome de Monárquico, tomado de assalto por gente que, imaginando-se com direitos a um hipotético trono, melhor estariam internados junto dos que se julgam Napoleões, do que na política activa.

Mas mais grave do que a existência destes doentes sem tratamento, é a irresponsabilidade dos dois partidos que com eles se coligaram, embora conhecedores de que tal partido não representa monárquicos eleitores em Lisboa.

Pelo insulto que tal coligação representa, apelo aos monárquicos para que o façam sentir nas urnas, já que o decoro parece que não abunda.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Comemora-se hoje o aniversário de S.A.R. O Senhor D. Duarte Pio, Duque de Bragança, nascido em 15 de Maio de 1945, em Berna (Legação de Portugal).
A Real Associação de Beja deseja a S.A.R. um feliz aniversário.
Viva o Rei!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Batalha dos Atoleiros cumpre 625 anos

As comemorações dos 625 anos da Batalha dos Atoleiros, em Fronteira (distrito de Portalegre), vão este ano ficar marcadas pelo início das obras de construção de um Centro de Interpretação, num investimento de 2,4 milhões de euros.
O lançamento da primeira pedra deste equipamento, que irá surgir na avenida Heróis dos Atoleiros, situada no centro da vila de Fronteira, decorre na segunda-feira, dia em que se assinalam os 625 anos da batalha. O Centro apresenta-se como um projecto destinado a mostrar aos visitantes uma reconstituição daquela batalha histórica, através de meios multimédia.

A Batalha dos Atoleiros ocorreu a 6 de Abril de 1384, no sítio pantanoso de Atoleiros, entre Fronteira e Sousel.
Nessa batalha, Nuno Álvares Pereira venceu a cavalaria castelhana, apesar desta ser em maior número, utilizando pela primeira vez a táctica do quadrado.
Da parte portuguesa não se registaram mortos, nem feridos, ao contrário dos invasores que sofreram pesadas baixas.

terça-feira, 31 de março de 2009

Real de Beja na OVIBEJA/09

A Real Associação de Beja estará novamente presente na OVIBEJA.
Como vem sendo habitual além do Stand em que divulgaremos o ideal monárquico e organizaremos um conjunto de iniciativas abertas a associados e a todos em geral.
S.A.R. O Senhor D. Duarte de Bragança far-se-á representar pelo Senhor D. Nuno de Bragança Van Uden.

Programa para o dia 1 de Maio de 2009
12H30m – Encontro na OVIBEJA (entrada)
13H00m – Almoço com entidades, associados e simpatizantes.

14H30m – Apresentação do Livro O Português que Descobriu a América” de Pedro Laranjeira (Auditório OVIBEJA)

15H00m – Conferência Cristóvão Colon, um nobre Alentejano(Auditório OVIBEJA)
Conferencistas:
Manuel da Silva Rosa
Carlos Calado
– Coronel Brandão Ferreira
Abel Cardoso
– Paulo Loução
– Pedro Laranjeira

17H30m – Stand da Real Associação de Beja
– Grupo Coral de S. Luís de Faro do Alentejo
– Tuna Académica de Beja

Apareça!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Gordon Brown quer mudar regras de sucessão ao trono de Inglaterra

O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, está a negociar actualmente com o palácio de Buckingham o fim da lei que proíbe que um membro da família real casado com uma pessoa católica suba ao trono da Inglaterra.

O Governo Brown também quer acabar com a regra actual que dá ao homem prioridade sobre a mulher na sucessão ao trono, avança hoje o jornal The Daily Telegraph.
Se a nova lei, ainda em estudo, tivesse carácter retroactivo, a princesa Anne estaria antes do príncipe André na linha de sucessão, ficando em quarto lugar, atrás de Carlos e dos seus dois filhos, William e Harry.

Segundo o diário, o primeiro-ministro é a favor de reformar nesse sentido as leis de sucessão e o palácio de Buckingham parece ser flexível a esse respeito.
Não haverá, no entanto, mudanças no protocolo actual, que diz que o monarca deve ser de religião protestante.
Alterar este último requisito modificaria o estatuto de religião oficial da Igreja Anglicana, da qual o monarca é também governador supremo.
Para efectivar as mudanças, o Governo precisa do consentimento dos 53 países que formam a Commonwealth, algo que Brown tratará com os respectivos dirigentes numa reunião em Novembro.

Durante o reinado de Isabel II, dois membros da família real britânica, o príncipe Michael de Kent e o conde de St. Andrews, tiveram que renunciar aos seus direitos depois de se casarem com católicas.
Segundo o The Daily Telegraph, o plano de reforma de Brown é uma tentativa de preparar o caminho para uma visita do papa Bento XVI.
Acredita-se que Brown também esteja a estudar a possibilidade de levar à Câmara dos Lordes o actual primaz dos católicos ingleses, o cardeal Murphy-O'Connor.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Parabéns Príncipe da Beira!

S.A.R. o Senhor D. Afonso de Santa Maria de Herédia de Bragança, Príncipe da Beira, Duque de Barcelos, nasceu a 25 de Março de 1996, em Lisboa.
Filho maior de SS.AA.RR. o Senhor D. Duarte Pio, Duque de Bragança e da Senhora D. Isabel de Herédia, comemora hoje o seu 13º aniversário.

A Real Associação de Beja deseja os Parabéns ao Senhor Dom Afonso de Bragança!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Património nacional: Mosteiro em Monção, fundado D. Afonso Henriques, à venda por 1M€

Um mosteiro em Longos Vales, Monção, fundado pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, está à venda por um milhão de euros, disse hoje fonte da autarquia.
A venda já inclui um projecto para a sua transformação em hotel rural.

O imóvel, localizado a três quilómetros da sede do concelho, está classificado de interesse municipal, pelo que a câmara tem preferência na sua aquisição, mas o autarca local, José Emílio Moreira, adiantou que não vai exercer esse direito, face aos "altos valores" envolvidos.
"Além do milhão de euros para a compra, seriam necessários mais dois milhões para as obras de remodelação, valores incomportáveis para os cofres municipais", sustentou o presidente da Câmara de Monção.
Há cerca de uma década, a câmara chegou a oferecer 250 mil euros pelo mosteiro, para aí instalar um centro de dia e um serviço de apoio domiciliário para idosos, mas o negócio não se consumou.
O imóvel acabou por ser vendido ao actual proprietário, um emigrante em França, que entretanto já o pôs à venda por um milhão de euros, acompanhado de um projecto para a sua reconversão em hotel rural.
"A zona é paradisíaca, tem uma vista fantástica para o rio Minho, um hotel rural encaixava ali perfeitamente", admitiu Moreira.
O projecto aponta para 25 quartos, mais três suites.

O mosteiro tem mesmo ao lado a Igreja Paroquial de Longos Vales, cuja capela-mor é monumento nacional, integrando os dois edifícios o roteiro "Românico da Ribeira Minho", elaborado pela antiga Região de Turismo do Alto Minho.

Mandado construir em 1140 pelo primeiro rei de Portugal, o convento recebeu Carta de Couto em 1197, concedida por D. Sancho I. Em 1551, por Bula do Papa Júlio III, foi doado aos jesuítas. Em 1774, por "Régia e Beneficente Doação", passou para as mãos da Universidade de Coimbra.
No primeiro quartel do século XIX, o rei D. João VI doou-o a um médico de Monção, como recompensa por o ter tratado de uma doença que o afligia, e a partir daí continuou sempre em mãos privadas.
Em 2008, um outro antigo convento - dos Capuchos - erigido em meados de 1500 no centro de Monção, reabriu transformado em hotel rural, com 24 quartos, num investimento de três milhões de euros.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Reis da Jordânia visitam Portugal

Os reis da Jordânia realizam uma visita oficial a Portugal segunda-feira e terça-feira, a convite do Presidente da República, durante a qual a rainha Rania receberá um prémio do Conselho da Europa.
A comitiva jordana integrará diversos membros do governo e uma significativa delegação empresarial.
O rei Abdullah II e a rainha Rania serão recebidos segunda-feira de manhã no Palácio de Belém pelo Presidente Aníbal Cavaco Silva e Maria Cavaco Silva.

Depois das honras militares, o Presidente português e o rei jordano têm marcado um encontro no final do qual estão previstas declarações à imprensa.
Num programa separado, Maria Cavaco Silva e a rainha Rania visitam o Museu Nacional dos Coches.
Segunda-feira à tarde, o rei da Jordânia encontra-se com o presidente da Assembleia da República e representantes dos partidos políticos com assento parlamentar.
No parlamento, o rei Abdullah II assistirá à cerimónia de entrega do prémio do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, que distingue este ano a rainha Rania e o antigo Presidente português Jorge Sampaio.
À noite os monarcas jordanos são os convidados de honra de um banquete oferecido pelo chefe de Estado português, no Palácio Nacional da Ajuda.

Terça-feira, de manhã, o rei da Jordânia encontra-se com empresários que participam no "Seminário sobre oportunidades de negócio na Jordânia" e visita depois a Farmacêutica Hikma, em Sintra.
Abdullah II termina a manhã com um encontro com o primeiro-ministro português, José Sócrates, a que se segue um almoço de trabalho.
A rainha Rania tem também terça-feira um programa separado, visitando com Maria Cavaco Silva a Escola Miguel Torga na Amadora, onde está previsto um encontro com 18 alunos do "Projecto Geração/Oportunidade".
A partida dos reis da Jordânia de regresso a Amã está marcada para o início da tarde.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Autarca do PSD ameaça desfilar pelas ruas de Tabuaço com a bandeira da Monarquia

José Pinto dos Santos: “Em 100 anos, a República não construiu um único metro de estrada nova em Tabuaço”.

Aos 58 anos, depois de ter passado vinte sem ninguém o ouvir dar um murro na mesa, fez uma ameaça que, apesar de inofensiva, tem o mesmo efeito de uma declaração de independência: “Se até ao dia 5 de Outubro de 2010 [data do centenário da República] não houver um metro de estrada nova em Tabuaço, nesse dia, eu, humildemente, visto uma túnica e coloco uma coroa de espinhos e, em gesto de agradecimento, empunho a bandeira da Monarquia, porque a da República não nos valeu de nada”, e disse-o no dia 9 de Março de 2009.

Pinto dos Santos, o social-democrata que preside à Câmara Municipal de Tabuaço (Tabuaço é uma vila portuguesa no Distrito de Viseu, Região Norte e subregião do Douro, com cerca de 1 800 habitantes) desde 1989, “iluminou-se” em Lisboa, onde se formou em Direito na Universidade Clássica, e veio fazer carreira para uma das mais pacatas e isoladas vilas durienses, rodeada de fraguedos, despenhadeiros e vales ancaixados cobertos de vinhas e bosquetes. Aos 58 anos, depois de ter passado vinte sem ninguém o ouvir dar um murro na mesa, faz uma ameaça que, apesar de inofensiva, tem o mesmo efeito de uma declaração de independência.

Fizeram-se alguns melhoramentos, mas as estradas que existem são do tempo da Monarquia”, lembra. “É um martírio chegar e sair de Tabuaço. As pessoas até chegam cá amarelas”, continua Pinto de Sousa.

terça-feira, 10 de março de 2009

Afirmações indecorosas de Manuel Alegre


O vice-presidente da Assembleia da República Manuel Alegre (PS) afirmou que:

"D. Afonso Henriques também não era um democrata exemplar", não partilhando da opinião do BE sobre as critícas ao presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Estas afirmações põem bem a nú a falta de informação histórica de um "histórico" republicano português. A aleivosia surge de forma fácil, estabelecendo um ridículo termo de comparação entre um Rei medieval português e um "estadista" não eleito em pleno século XXI. Trata-se de mais um contributo organizado para tratar a História de Portugal de forma banal, relativizando-a o mais possível, com objectivos inconfessáveis.
Haja vergonha!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Fundação D. Manuel II promove "Peregrinação ao Vaticano"

"Desde a restauração da independência de Portugal que os espanhóis passaram a ver o condestável com maus olhos. E esta foi a grande razão pelas qual o processo de canonização nunca foi para a frente.", diz S.A.R. O Senhor D. Duarte de Bragança, seu descendente e um dos grandes promotores da causa. D. Nuno passará a santo em cerimónias em Fátima ou Vila Viçosa.

D. Duarte de Bragança desenvolveu, a partir de 2000, contactos com as igrejas espanhola e portuguesa, para que este processo fosse reconhecido e avançasse. Contudo, reconhece, a guerra colonial, nos anos 60 também terá dado um contributo para os atrasos neste processo, que se arrastou durante décadas, porque D. Nuno Álvares Pereira era um militar.

O Papa Bento XVI anunciou a canonização de dez beatos, entre os quais o português Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, de acordo com um comunicado do Vaticano. Nuno Álvares Pereira integra, ao lado de quatro italianos, o primeiro grupo, que será canonizado no dia 26 de Abril próximo.

O guerreiro e carmelita Nuno Álvares Pereira, que viveu entre 1360 e 1431, já fora beatificado em 1918 por Bento XV. Mas só nos últimos anos, a Ordem do Carmo (em que ingressou em 1422), em conjunto com o Patriarcado de Lisboa, decidiu retomar a defesa da causa da sua canonização. E o processo foi reaberto a 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, em sessão solene presidida por D. José Policarpo. Uma cura milagrosa reconhecida pelo Vaticano, relatada por Guilhermina de Jesus, uma sexagenária natural de Vila Franca de Xira, que sofreu lesões no olho esquerdo, por ter sido atingida com salpicos de óleo a ferver quando estava a fritar peixe, foi o passo final.

Apesar dos atrasos, D. Duarte considera que a canonização de D. Nuno Álvares Pereira chegou no momento certo. "Porque os valores que ele defendia, como o amor pelos adversários, a tolerância religiosa e a defesa da pátria, estão nesta altura a precisar de ser realçados". D. Duarte recorda ainda que o processo de canonização esteve para ser concluído por decreto durante a segunda Guerra Mundial, pelo Papa Pio XII, mas o Governo português da altura não aceitou por considerar que não teria o mesmo valor. Agora, a Fundação D. Manuel II está a promover "uma peregrinação ao Vaticano" para assistir à cerimónia da sua canonização, diz o descendente da Família Real Portuguesa. Mas D. Duarte quer também que se realizem no mesmo dia cerimónias em Fátima e em Vila Viçosa. Esta, por ser um local a que o Santo Condestável estava muito ligado, tendo lá mandado construir uma igreja. E em Fátima, por ser um local de culto, mas também porque a vila pertence ao concelho de Ourém e D. Nuno Álvares Pereira era conde de Ourém, salienta D. Duarte.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

"Quem nos acode?" por Dom Vasco Teles da Gama

É em circunstâncias como aquela em que nos encontramos, que mais gritante se torna a falta de uma instituição real, com uma legitimidade exterior (e superior) aos descredibilizados circuitos político-partidários, que nos unisse na adversidade, assegurando simultaneamente que as medidas necessárias para enfrentar a crise, não se transformassem numa intolerável limitação às liberdades individuais, como a que está em curso.

A situação internacional, pelas suas características de colapso financeiro, impunha medidas excepcionais e urgentes, como atempadamente ocorreu no Reino Unido e noutras monarquias europeias.A república socialista que temos optou pela nacionalização da banca em dificuldades, sem cuidar de separar "o trigo do joio", numa vertigem de recuar a história ao gonçalvismo, pois sabem, pela sua cartilha, que controlando o sistema financeiro, deixam refém do governo todo o tecido produtivo do País.
Ora esta verdade, cujas funestas consequências ficaram bem patentes há cerca de vinte anos, aquando da queda do comunismo na Europa, tem trazido consigo uma intolerável arrogância no exercício do poder, de que são paradigmas um trauliteiro estalinista que dá pelo nome de Santos Silva, bem como a deriva do Primeiro-Ministro, quer fazendo-se vítima de cabala no vergonhoso caso do Freeport, quer avançando com propostas fracturantes de legalização de casamentos entre homossexuais, quer ainda afrontando o presidente a propósito do estatuto autonómico dos Açores.

A cobiça imobiliária põe em causa a continuidade do Hospital D. Estefânia, projecto pioneiro em Portugal para a saúde infantil, criado por vontade e pago com o dote da malograda Rainha que lhe deu o nome. O governo vende património imobiliário a uma empresa pública, à qual depois o aluga por forma a equilibrar as contas públicas, cada vez mais deficitárias, não só graças à ajuda aos bancos, mas também ao sempre crescente número de funcionários públicos. Quanto isso nos irá custar no futuro, é coisa a que são indiferentes, interessados que estão apenas em que os resultados da recondução do rebanho às urnas os mantenham à mesa do orçamento.

O presidente, como abundantemente tem sido afirmado nesta coluna, acha-se impotente para agir, mau grado o esforço despendido a disfarçar a nódoa da origem partidária, que será recuperada mal desagrade ao governo, com as conhecidas e habituais acusações de força de bloqueio. E a nós, Portugueses, quem nos acode?

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Lamentável: Programa das comemorações do Centenário da República com 10 M€

O programa das comemorações do centenário da República conta com um orçamento de 10 milhões de euros que serão distribuídos em iniciativas que pretendem uma aproximação dos cidadãos, e sobretudo dos jovens, à política.
"Há uma necessidade em todo o mundo de pensar formas de aproximar os cidadãos da política", defendeu o presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR), que hoje apresentou os eixos principais do programa, que ainda não está fechado.
Com um orçamento de 10 milhões de euros, a CNCCR pretende associar às comemorações as escolas, universidades, municípios e regiões autónomas, instituições culturais, desportivas e de juventude, contando com o apoio de mecenato.
"Tudo o que tem a ver com os aspectos formativos e lúdicos para os mais novos, é aí que vai ter mais investimento", afirmou Santos Silva em conferência de imprensa, no Palácio Foz, em Lisboa.
O programa oficial inicia-se em 31 de Janeiro de 2010, no Porto, e encerra a 5 de Outubro do mesmo ano e articula-se com as iniciativas promovidas pela Assembleia da República e pela Presidência da República.

E isto numa época de crise, em que era preciso estar mais perto dos cidadãos portugueses! É fartar vilanagem...
Este regime republicano apresenta mais uma prova do seu anquilosamento, recusando-se até hoje a fazer o mea culpa acerca das suas responsabilidades no estado do País.
Mas, ao fim ao cabo, vão comemorar o quê?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Refundação ou mudança do regime?

Por João Mattos e Silva

São muitos os comentadores políticos que vão reconhecendo que este regime vai mal e que necessitaria de uma, quase, refundação. Por causa do semi-presidencialismo – já há quem reclame o presidencialismo como remédio, eventualmente também durante seis meses, para os males que assolam o sistema político, como Maria José Nogueira Pinto em recente artigo de opinião no Diário de Notícias – do papel dos partidos, mais máquinas eleitorais do que associações de debate de ideias e geradoras de soluções da governação, da corrupção da concepção da meritocracia, quando o que se vê é a predominância da mediocridade alcandorada aos mais altos níveis do poder e da administração por amiguismos de várias espécies e tonalidades, do já entranhado sentido de corrupção ao nível da Administração e dos negócios privados, que recentes casos na Banca vieram corroborar. Por mais uma dezena de razões que seria fastidioso enumerar.

Tem esta III República trinta e quatro anos e já, da esquerda à direita, se erguem muitas vozes e há muito tempo, para denunciar que "algo vai mal" ou muito mal, na "República Portuguesa", alcunha que o país passou a ter depois de 1910. A II durou quase cinquenta anos, mas servindo-se de artifícios como a censura, a polícia política, o poder autocrático de um homem. A I República, aquela que 2010 vai celebrar como redentora, apenas dezasseis e nem a ditadura do Partido Democrático nem a "formiga branca" lhe valeram. O fim de ambas foi antecedido pelo "tinir das espadas", o grande factor de mudanças políticas que o regime criou, manteve e tentou manobrar a seu favor, quase sempre sem sucesso.

Apesar de uns resquícios caricatos e caquécticos desse espírito castrense regenerador do regime que recentemente provocaram o estupor e o riso, os tempos mudaram e os "pronunciamentos militares" salvadores da Pátria, já não têm lugar na Europa onde, em democracia, as coisas se resolvem por outras formas, talvez menos vistosas e empolgantes.
O que os comentadores que os portugueses lêem, porque são os que a comunicação social lhes impõem, não se atrevem a dizer, por convicção uns, por desonestidade intelectual outros, por receio de perderem espaço de audição quase todos, é que o regime não tem forma de se regenerar. A menos que, porque de uma grande reforma se trataria, se interrompesse por seis meses, como preconizou a líder de um dos partidos para as reformas em democracia, o que obviamente, neste caso, teria de ser por mais tempo, tal o estado a que chegou…

Enquanto o Chefe do Estado for eleito por uma parte do eleitorado – e vezes sem conta por uma pequeníssima parte, como sucedeu com a reeleição do Dr. Jorge Sampaio – e for apoiado e alcandorado por partidos políticos que põem os seus interesses ideológicos e estratégicos ao serviço de uma personalidade, vinda do seu seio, para mudarem o seu sentido de voto e de apoio mal esses interesses sejam postos em causa e, ainda por cima, sendo o presidente eleito por sufrágio universal tal como o Parlamento de onde sai o poder executivo, com distintas orientações a mais das vezes, não é possível que este seja independente, equidistante, desinteressado da luta política. Ele faz parte dessa luta política que está na génese da instituição presidencial. Foi assim, em democracia com Eanes, com Mário Soares e está a ser assim com Cavaco Silva, como antevi e escrevi há largo tempo atrás. Porque o mal não está nas pessoas que ocupam ou ocuparam a chefia do estado republicano – embora umas possam ser politicamente melhores do que outras – mas na instituição em si mesma, que em nome de uma errada concepção de igualdade, define o sufrágio – directo cá ou indirecto em algumas repúblicas - como única fonte da legitimidade democrática para este órgão de soberania (o poder judicial é igualmente um órgão de soberania e não é eleito para preservar a sua independência).

Sendo a chefia do estado a trave mestra do nosso regime político, é evidente que todo o regime republicano se ressente das contradições em que se envolve e essas contradições se estendem à restante arquitectura do Estado. Sem se alterar, num acto de lucidez e de coragem, esse erro fulcral, o regime vai-se corrompendo até se auto-destruir. E com ele vai sendo posto em causa o bem comum dos portugueses.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Casa Real portuguesa quer cooperar com países lusófonos

A Fundação D. Manuel II, presidida por S.A.R. o Senhor D. Duarte de Bragança, formalizou em Lisboa a candidatura a observador consultivo da CPLP para articular a cooperação com o secretariado da comunidade lusófona e oferecer a sua experiência.

A entrega da candidatura juntou o Senhor D. Duarte e o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Domingos Simões Pereira. "Uma coisa é [a Fundação D. Manuel II] ser uma instituição portuguesa, outra coisa é dizer que estamos a trabalhar em cooperação com a direcção da CPLP, com outras instituições. Cria-se uma sinergia mais positiva", afirmou D. Duarte à saída do encontro, em que participou também o director-geral da organização, Hélder Vaz.

Além de aumentar a "representatividade junto dos outros países lusófonos", D. Duarte de Bragança salientou ainda como objectivos práticos da articulação "não duplicar esforços" em relação a outras instituições que "estão a fazer o mesmo". A Fundação tem vindo a dar prioridade à promoção da língua portuguesa em países como a Guiné-Bissau ou Timor-Leste e está a preparar o alargamento destas acções à Guiné Equatorial, Senegal e Ilhas Maurícias. "A nossa ideia é colocarmo-nos à disposição dos governos desses países para apoiá-los no ensino do português, na formação de professores", áreas onde "por vezes, encontram dificuldades", explicou.

Para o Chefe da Casa Real, a Fundação pode ser útil sobretudo em fazer "pontes" para individualidades ou instituições com que mantém contacto. "Há uma facilidade que tenho, como conheço pessoalmente muitos governantes e gente que tem trabalhado neste sector em muitos países, talvez seja mais fácil para mim fazer isso do que a outras pessoas", afirmou. A prioridade, defendeu, deve ser resolver os problemas de "falta de livros de escolaridade básica" e "falta de professores preparados". "Claro que os governos estão mais interessados na parte universitária porque tem mais prestígio, é um assunto que interessa mais directamente, mas a mim parece-me mais importante o ensino básico, primário. Se não, pode acontecer daqui a uns anos termos uma elite a falar muito bem português e muito interessada na cultura lusófona, e um povo que fala outra coisa qualquer", referiu. Este segundo cenário, sublinhou, pode vir a viver-se em Timor-Leste, entre outros dos "oito".

A Fundação tem uma tipografia no mais jovem país lusófono (Baucau), das poucas unidades industriais existentes, mas que se encontra "subaproveitada porque a cooperação portuguesa não tem aproveitado", disse. "Até poderíamos fornecer material escolar para outros países. Esta gráfica já está a exportar para a Austrália", sublinhou. Na reunião, foi abordada a possibilidade de a Fundação vir a colaborar em Timor-Leste no processo de publicação de uma banda desenhada sobre Direitos Humanos. Constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, a CPLP conta actualmente com mais de quatro dezenas de observadores consultivos, incluindo 14 fundações.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O Espírito do Natal, por Nuno Pombo

Com a devida vénia ao Nuno Pombo.

As festas do Natal, infelizmente, não anulam os nefastos efeitos do que já é considerado a pior crise dos nossos dias. De um momento para o outro, o que era deixou de ser. A honra proverbial dos banqueiros deu lugar a delinquências que só não são comuns por serem muito piores do que isso. O dinheiro, pedra angular das sociedades que o capitalismo liberal foi fazendo germinar, perdeu o brilho de outros tempos. Não por se ter tornado menos luzidio, mas por ter aparentemente desaparecido. Contudo, as dificuldades não raras vezes carregam oportunidades. E também neste caso, neste dramático cenário que vai ser também o nosso, teremos de descobrir os aspectos positivos que a turbulência acabará sempre por nos oferecer. Uma dessas oportunidades é a da descoberta do verdadeiro sentido do Natal. Sem dinheirinho para comprar a alegria das crianças, talvez não seja pior maravilhá-las com a história do Deus-menino, nascido em Belém, pobremente, numa manjedoura. Este Menino que assim nasceu era Rei.

Este paralelo, que só a quadra autoriza, remete-me para o simbolismo da Instituição Real. Hoje, o Rei não se justifica pelo poder temporal que exerce mas pelo capital de representação que personifica. O Rei, pela especial legitimidade que lhe advém da sucessão dinástica, assume como mais ninguém a isenção constitutiva da suprema magistratura do Estado. Neste sentido, não será livre e isento quem quer. Só o será quem pode.

Tomar como panaceia miraculosa o sufrágio directo e universal é uma insensatez que só se explica pela verdura da nossa vivência democrática. E esperar do chefe de Estado eleito pela força centrífuga dos partidos isenção absoluta é ainda mais infantil do que acreditar no Pai Natal. Como se disse, não será livre e isento quem quer. Só o será quem pode. E quem é fruto do sistema, não pode negar a árvore de onde provém.

Eu, porém, acredito no Menino Jesus. Acredito que há lugar para uma dimensão espiritual na nossa vida. Acredito que não sou auto-suficiente. Acredito na transcendência. Acredito no poder não coercivo do simbolismo. Acredito na efectiva separação de poderes. Acredito na Coroa e na sua dimensão afectiva. Acredito na superioridade ética, genética, da Instituição Real. Acredito em Portugal e nas suas gentes. Acredito na História. Acredito no Futuro. Acredito que seremos capazes de devolver o Estado à Nação. Acredito em tanta coisa… mas não me peçam para acreditar no Pai Natal.

Viva o Rei!