quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Reino Unido: É oficial. O príncipe William casa-se para o ano

A casa real britânica anunciou ontem que William e Kate se casam na próxima "Primavera ou Verão".

William e Kate protagonizam, há oito anos, o clássico guião do conto de fadas em que o príncipe se perde de amores por uma plebeia. E ontem tornou-se oficial: o casamento do futuro rei de Inglaterra - o filho mais velho do príncipe Carlos - está marcado para a "Primavera ou Verão" do próximo ano.

O anúncio saiu ontem, em forma de comunicado, da Clarence House - a residência e escritório oficiais de Carlos em Londres. Segundo o documento, o príncipe já "informou a rainha e os outros membros próximos da família e pediu também permissão ao pai" de Kate para que o enlace se concretize. Assim sendo, o próximo casamento da família real britânica acontecerá exactamente 30 anos depois de Carlos e Diana - na altura com apenas 20 anos - subirem ao altar da catedral de St. Paul, em Londres.

Menos de 24 horas depois do breve anúncio, os detalhes do casamento de William e Kate já se tornaram no assunto preferido da imprensa britânica. E já há bolsas de apostas para todos os gostos. Primeiro, sobre qual será a data exacta da cerimónia - para já, a mais referida é 13 de Agosto. Provavelmente, será decretado feriado nacional - à semelhança do que aconteceu quando Diana e Carlos se casaram em 1981.

Outra das preocupações dos jornalistas e comentadores é saber qual será a igreja escolhida pela família real. "Não acredito que William queira fazer uma repetição do desafortunado casamento dos pais. Por isso, será pouco provável que aconteça em St. Paul", escrevia ontem Peter Hunt, o correspondente real da BBC, que aposta na Abadia de Westminster, onde a avó de William se casou em 1947. Quanto aos títulos reais adoptados depois de casados, há já quem aposte em "duque e duquesa de Cambridge" ou "duque e duquesa de Windsor".

Detalhes à parte, trata-se do casamento do futuro rei de Inglaterra - e a figura que alguma imprensa insiste em colocar no trono à frente do próprio pai. Ontem, uma especialista na casa real comentava, em declarações à BBC, que o casamento vai permitir "trazer a monarquia para o século XXI". Benedict Brogan, do The Telegraph, escrevia que William é uma personagem unificadora, que "projecta uma imagem de modernidade e dever".

Até o primeiro-ministro britânico, David Cameron, felicitou os noivos: "É um grande dia para o nosso país", disse. E não admira: o casamento, que acontecerá entre a Primavera e o Verão de 2011, será também uma folga no estado psicológico britânico (na era da austeridade) e uma folga política também para o primeiro-ministro e líder conservador.

Também o líder dos trabalhistas, Ed Millband, desejou "toda a felicidade" ao casal real. Apesar de todo o orgulho britânico, o anúncio do casamento veio novamente trazer para a praça pública o debate entre monárquicos e republicanos. Nos últimos anos, a popularidade da Casa de Windsor tem descido a um ritmo sustentado e, apesar de a tradição britânica pesar muito, a viabilidade do sistema é questionado e a monarquia diz pouco aos mais jovens.

O casamento de William e Kate dá continuidade àquilo que começa a ser uma tradição nas casas reais europeias: o sangue azul está a diluir-se no vermelho plebeu. Kate é a primeira plebeia em 350 anos de história a casar com um herdeiro do trono.

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