José Pinto dos Santos: “Em 100 anos, a República não construiu um único metro de estrada nova em Tabuaço”.
Aos 58 anos, depois de ter passado vinte sem ninguém o ouvir dar um murro na mesa, fez uma ameaça que, apesar de inofensiva, tem o mesmo efeito de uma declaração de independência: “Se até ao dia 5 de Outubro de 2010 [data do centenário da República] não houver um metro de estrada nova em Tabuaço, nesse dia, eu, humildemente, visto uma túnica e coloco uma coroa de espinhos e, em gesto de agradecimento, empunho a bandeira da Monarquia, porque a da República não nos valeu de nada”, e disse-o no dia 9 de Março de 2009.
Pinto dos Santos, o social-democrata que preside à Câmara Municipal de Tabuaço (Tabuaço é uma vila portuguesa no Distrito de Viseu, Região Norte e subregião do Douro, com cerca de 1 800 habitantes) desde 1989, “iluminou-se” em Lisboa, onde se formou em Direito na Universidade Clássica, e veio fazer carreira para uma das mais pacatas e isoladas vilas durienses, rodeada de fraguedos, despenhadeiros e vales ancaixados cobertos de vinhas e bosquetes. Aos 58 anos, depois de ter passado vinte sem ninguém o ouvir dar um murro na mesa, faz uma ameaça que, apesar de inofensiva, tem o mesmo efeito de uma declaração de independência.
“Fizeram-se alguns melhoramentos, mas as estradas que existem são do tempo da Monarquia”, lembra. “É um martírio chegar e sair de Tabuaço. As pessoas até chegam cá amarelas”, continua Pinto de Sousa.
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